Funcionários da Cobasi indiciados por morte de animais em Porto Alegre

No dia 11 de agosto, sete funcionários da rede de petshop Cobasi foram indiciados pela morte de animais deixados dentro das lojas durante a inundação que atingiu Porto Alegre. Segundo a Lei de Crimes Ambientais, os envolvidos podem sofrer penalizações por maus-tratos, com detenção de três meses a um ano, além de multa.

A polícia estima que quase 200 animais à venda tenham morrido, incluindo aves, roedores e peixes. Na loja do shopping Praia de Belas, 38 carcaças foram recolhidas, porém a lista de estoque indicava a presença de 175 animais no local, que ficou submerso devido à inundação.

Despreparo da Cobasi é evidenciado

A delegada Samieh Saleh, responsável pelo caso, destacou o despreparo da Cobasi em lidar com a situação e resgatar os animais após o início da inundação. A empresa não possuía um plano de contingência para proteger os animais e falhou ao mobilizar equipes de resgate.

A descoberta das mortes ocorreu após a ONG Princípio Animal obter autorização judicial para acessar a loja, onde encontraram um cenário de horror. Evidências apontam que os animais sofreram com condições precárias durante a inundação.

Posicionamento da Cobasi

O advogado da empresa, Paulo da Cunha Bueno, manifestou indignação com o indiciamento dos colaboradores e negou as acusações de maus-tratos. A Cobasi afirma que os animais foram postos em locais seguros, acima de 1 metro de altura, mas a água atingiu 3,5 metros, alcançando o teto da loja.

A empresa também salientou que a gerência do shopping não alertou sobre a magnitude do desastre, impedindo ações preventivas. Além disso, existem relatos de equipamentos eletrônicos que foram remanejados para áreas seguras, evidenciando a omissão da direção.

Outros indiciamentos

Além dos funcionários da Cobasi, dois responsáveis pelo petshop Bicharada, em Porto Alegre, foram indiciados por crime ambiental. A loja foi alagada durante a inundação, resultando na morte de algumas aves e peixes. Animais resgatados mostraram sinais de negligência e más condições de higiene.

Em depoimento, os responsáveis alegaram que já estavam resgatando os animais aos poucos e contestaram as acusações de abandono. No entanto, as evidências apontam para falhas na gestão dos animais durante a tragédia.