Operação Escudo: a falha nas câmeras corporais da PM

Recentemente, surgiu a proposta de que as gravações das câmeras corporais da Polícia Militar não poderiam começar quando houvesse um tiro, visando evitar possíveis manipulações. Isso se torna ainda mais evidente diante de casos de abuso policial, como asfixia por joelho ou o uso do mata-leão.

No entanto, um receio paira sobre a aquisição das novas câmeras pelo governo Tarcísio. Existe a preocupação de que esses equipamentos não sejam alocados nos batalhões da PM com altos índices de letalidade, priorizando áreas como canis e academias de formação. Isso levanta questionamentos sobre a efetividade dessas novas medidas para a transparência das ações policiais.

Além disso, a má utilização das câmeras e desinteresse do governo são questões graves. Um exemplo disso foi a entrega ao Ministério Público das imagens das câmeras corporais dos PMs envolvidos na Chacina do Guarujá, que mostraram confrontos em apenas três dos 16 casos que resultaram em mortes. Isso levanta suspeitas sobre a verdadeira natureza da Operação Escudo, que pode ter sido planejada como uma Operação Vingança.

Em outro momento, foi revelado que apenas seis ocorrências foram registradas, quando deveriam haver ao menos oito, considerando o número de mortes envolvendo agentes da Rota, unidade que conta com câmeras em todos os uniformes. Três desses vídeos não apresentaram informações relevantes.

O ministro Barroso deixou a ação em aberto, permitindo monitorar a aplicação das regras pelo governo paulista. No entanto, o STF precisa ficar atento não apenas à presença das câmeras, mas também ao uso adequado desses equipamentos.

Existem relatos de policiais que deliberadamente obstruíram a captação de imagens com armas longas ou falsificaram diálogos para desviar as investigações. Isso não apenas é criminoso, mas também expõe a má-fé de agentes que buscam reduzir a eficácia das câmeras corporais.