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Governo federal anula leilão de importação de arroz pela Conab e cancela compra de mais de 260 mil toneladas.

O governo federal decidiu tomar uma importante decisão em relação ao leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 6 de maio. Foi anunciado que a compra das 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas para o país foi cancelada. A informação foi divulgada após uma reunião realizada no Palácio do Planalto entre o presidente da Conab, Edegar Pretto, e os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Fávaro, o governo avaliou que a maioria das empresas vencedoras do leilão apresentava “fragilidades” e não tinham capacidade financeira para lidar com um volume tão significativo. As mais de 260 mil toneladas de arroz arrematadas correspondiam a 87% das 300 mil toneladas autorizadas pelo governo, totalizando um investimento de mais de R$ 7 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas.

Fávaro ressaltou a importância de conhecer a capacidade das empresas participantes, já que se trata de dinheiro público que deve ser administrado com responsabilidade. Nenhum recurso chegou a ser transferido durante a operação, o que demonstra a preocupação do governo em garantir a transparência e a segurança jurídica do processo.

Além disso, houve um conflito de interesse envolvendo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que pediu demissão. Suspeitas surgiram em relação à ligação do diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, com uma corretora de grãos ligada a familiares do secretário. Após o pedido de demissão de Geller, o ministro Fávaro confirmou a decisão e destacou que não havia fatos que desabonassem a conduta do ex-secretário, mas que o episódio gerou transtornos.

Diante desses acontecimentos, um novo edital para o leilão será publicado, com alterações nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, embora ainda não haja uma data definida para a nova operação. A medida adotada pelo governo demonstra a preocupação com a lisura e a eficácia dos processos de importação e compra de produtos agrícolas.

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