
Após as eleições, é possível que a composição das bancadas parlamentares ECR e ID sofra mudanças significativas. A líder italiana Giorgia Meloni, membro do partido Irmãos da Itália que integra o ECR, planeja ampliar sua base de votos e busca uma possível aliança com a líder nacionalista francesa Marine Le Pen, do Reunião Nacional (RN) do grupo ID.
O grupo ID tomou a decisão de expulsar o partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) duas semanas antes das eleições. A justificativa foi o caráter extremista e provocativo da AfD, que estava prejudicando a imagem do grupo. O episódio que culminou na expulsão foi o comentário do candidato da AfD Maximillian Krah sobre os membros da SS na Alemanha nazista. Após o resultado das eleições, a AfD afastou Krah de sua bancada no Parlamento europeu, porém ele foi reeleito e poderá tomar posse sem representar a sigla.
Meloni busca estabelecer na UE uma coalizão semelhante à que lidera na Itália, onde populistas de direita, extremistas e democratas-cristãos formam uma aliança sólida. Segundo ela, a coalizão tradicional no Parlamento Europeu, composta por democratas-cristãos, social-democratas e liberais, é considerada “antinatural” e precisa ser modificada.
A análise dos votos dos parlamentares da ultradireita revela que, ao longo da última legislatura, as bancadas ECR e ID frequentemente se opuseram à maioria do Parlamento Europeu em questões como guerra na Ucrânia, migração e mudanças climáticas. No entanto, nem sempre os partidos que compõem essas bancadas votaram de forma unânime, principalmente em temas relacionados à Rússia e Ucrânia.