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A Comissão de Direitos Humanos inaugura uma mesa de trabalho com Bruno Pereira e Dom Phillips.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), criou uma mesa de trabalho para acompanhar de perto as medidas do governo brasileiro em relação aos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Ambos foram mortos no dia 5 de junho de 2022 no Vale do Javari, área de reserva indígena próxima à fronteira entre o estado do Amazonas e o Peru.

A mesa de trabalho foi montada na última sexta-feira, dia 11, em resposta a uma deliberação da reunião que a CIDH realizou no dia 31 de julho. Um dos objetivos do grupo é acompanhar e contribuir para o cumprimento de medidas cautelares solicitadas pela Comissão ao governo brasileiro, visando garantir a vida e a integridade física dos membros da União dos Povos Indígenas do Vale de Javari (Univaja).

De acordo com informações divulgadas pela OEA na última sexta-feira, a mesa de trabalho terá três frentes de atuação: sessões de trabalho, monitoramento da CIDH e a criação de um Grupo de Articulação e Coordenação Nacional. A previsão é que os trabalhos durem dois anos.

Enquanto isso, as investigações se aproximam do mandante do crime ocorrido há mais de um ano. A Justiça brasileira ainda não tem respostas claras sobre quem seriam os responsáveis pelos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips. A Polícia Federal suspeita que o mentor do crime seja Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, suposto operador de um esquema ilegal de extração e venda de peixes da região. Acredita-se também que ele esteja envolvido com o tráfico internacional de drogas na Amazônia.

Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, e Jefferson Lima da Silva, apelidado de “Pelado da Dinha”, são apontados como os autores dos disparos que resultaram nas mortes do jornalista e do indigenista. Ambos seriam fornecedores de “Colômbia”. Segundo as investigações da PF, as munições utilizadas nos crimes teriam sido fornecidas pelo suposto mandante aos dois executores. Além disso, “Colômbia” também teria pago pelos serviços do advogado de “Pelado”.

Os três envolvidos estão atualmente detidos. Amarildo e Jefferson estão presos preventivamente sob suspeita de terem sido os executores do crime. Já “Colômbia” foi preso em dezembro por descumprir medidas cautelares devido a outro caso no qual está envolvido.

É essencial que a mesa de trabalho da CIDH acompanhe de perto o desenvolvimento das investigações e coopere para assegurar que o governo brasileiro tome as medidas necessárias para garantir justiça e proteção aos povos indígenas do Vale do Javari. A criação desse grupo demonstra o compromisso da CIDH em garantir o respeito aos direitos humanos e a busca pela verdade no caso desses trágicos assassinatos.

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