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Transferência de Ronnie Lessa para penitenciária em SP gera preocupação na segurança, afirmam profissionais.





Profissionais que atuam na segurança dos presídios em São Paulo estão preocupados com a transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa para o Complexo Penitenciário de Tremembé. Para eles, essa mudança representa riscos tanto para a segurança dentro das unidades prisionais quanto para o próprio preso.

Lessa, acusado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, teve autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes para ser transferido para Tremembé, decisão emitida nesta sexta-feira (7).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, Fábio Jabá, as duas penitenciárias do complexo não são adequadas para um preso com o perfil de Lessa. A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) também se manifestou nesse sentido no processo.

Tremembé possui duas unidades masculinas. A Penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, conhecida como P1, é a maior do complexo, com capacidade para 1.278 detentos, sendo que atualmente abriga 1.924 presos. Por outro lado, a P2, apelidada de “presídio dos famosos”, recebe condenados por crimes de grande repercussão e conta com mais de 50 vagas disponíveis, com capacidade para 348 detentos.

Segundo Jabá, a P1 é dominada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), colocando Lessa em risco mesmo que seja colocado em áreas de segurança dentro da unidade. Já na P2, que não aceita presos ligados ao crime organizado, o problema é o enquadramento de Lessa como miliciano.

O representante dos policiais penais sugere que o destino mais adequado para Lessa seria o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), porém essa medida só pode ser aplicada por ordem judicial. A SAP, que indicou outra unidade como mais apropriada, informou que a decisão do STF estabelece a inclusão do preso em Tremembé.

A transferência de Lessa para Tremembé vai contra o posicionamento da SAP, que destacou a falta de estrutura adequada para monitorá-lo nesse local. A decisão do STF mantém a transferência, mas não especifica em qual das unidades Lessa será alojado.


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