
O polêmico Jean-Marie Le Pen: da política à controvérsia
Em 1958, durante a guerra de independência da Argélia, Jean-Marie Le Pen se licenciou do mandato e voltou a se alistar. A polêmica veio quando alguns jornalistas o acusaram de envolvimento com tortura no conflito, acusações que ele sempre negou veementemente, processando diversos acusadores em busca de reparação.
De volta à política, ele dirigiu a campanha de Jean-Louis Tixier-Vignancour, ex-colaboracionista de Vichy que concorreu sem sucesso na eleição presidencial de 1965. Sem mandato, Jean-Marie passou o resto da década na obscuridade até a fundação da FN em 1972.
Inicialmente, Le Pen não detinha o poder na legenda, mas era ambicioso. Em 1973, a Nova Ordem se envolveu em uma pancadaria com comunistas em Paris e foi banida pelo governo, momento que Jean-Marie aproveitou para suprimir a influência do grupo sobre a FN, levando à saída da maioria dos membros da Nova Ordem.
No final da década, conflitos internos surgiram com os veteranos da Waffen-SS descontentes com o estilo centralizador de Jean-Marie. Ele acabou transformando o partido em uma operação familiar, levando suas três filhas, genros e netos para a máquina política. Assim, como era comum em grupos de extrema direita, a família Le Pen também enfrentou brigas e rompimentos.
Em 1976, uma reviravolta financeira ocorreu na vida de Jean-Marie Le Pen, quando um milionário de extrema direita lhe deixou sua fortuna e uma mansão nos subúrbios de Paris. A nova residência foi suficiente para substituir o apartamento dos Le Pen, que havia sido destruído em um atentado reivindicado por antifascistas. Em 1978, outra tragédia atingiria o círculo próximo de Le Pen, com a morte em consequência de uma bomba do neofascista Duprat.