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Ex-policial detalha execução de Marielle Franco em depoimentos de delação premiada no Rio de Janeiro, revelando plano e motivação do crime

O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, revelou, em novos depoimentos de delação premiada, os detalhes da execução do crime que chocou o Rio de Janeiro em 2018. Os depoimentos, divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes, revelam informações impactantes sobre o caso.

Em um dos depoimentos prestados no ano passado à Polícia Federal, Lessa mencionou que testou a submetralhadora utilizada no crime para verificar o funcionamento do silenciador. Os disparos foram feitos em uma área dominada por milicianos e a arma foi descartada em um córrego após o assassinato. Lessa relatou: “Eu posicionei a metralhadora, engatilhei e disparei. Fiz esse disparo com uma rajada curta. Acredito que uns cinco ou seis tiros, no máximo, tenham sido disparados. Esses projeteis estão alojados na terra”.

Além disso, o ex-policial afirmou que monitorou a rotina da vereadora por três meses e enfrentou dificuldades para realizar o crime. Ele seguiu Marielle até um bar, local de difícil acesso, e também monitorou sua residência. Segundo Lessa, as tentativas sem sucesso de atacar a vereadora levaram à busca por outras maneiras de executar o plano.

Outro ponto revelado nos depoimentos é a promessa de um loteamento em troca da execução de Marielle. Lessa declarou que a oferta foi feita por Edmilson Macalé, em parceria com Robson Calixto, conhecido como Peixão. Macalé foi morto em 2021. “A proposta era matar a vereadora Marielle, e a proposta era que nós ganharíamos um loteamento, eram dois loteamentos em questão, um seria deles, dos mandantes”, disse Lessa.

Após a execução, Lessa afirmou que foi a um bar assistir a um jogo do Flamengo. Os depoimentos divulgados nesta sexta-feira complementam a primeira parte da delação, que foi liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no crime. Lessa apontou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato, sendo eles o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão, ambos atualmente detidos. As acusações foram negadas pela defesa dos acusados.

Dessa forma, a divulgação desses novos depoimentos revela detalhes surpreendentes sobre um dos crimes mais marcantes da história recente do Rio de Janeiro, lançando luz sobre os bastidores e motivações por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco.

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