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Estudo revela alta presença de microplásticos em peixes e praias de Ubatuba, litoral norte de São Paulo.




Estudo encontra alta contaminação por microplástico em peixes e praias de Ubatuba

Estudo encontra alta contaminação por microplástico em peixes e praias de Ubatuba

Um recente estudo realizado em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, revelou uma preocupante prevalência de contaminação por microplásticos em peixes e praias da região. Nas análises feitas em três praias diferentes, foi constatado que todas apresentavam níveis de contaminantes acima do considerado normal, que é de 300 partículas por metro cúbico.

Os resultados obtidos indicaram que aproximadamente 38% dos peixes examinados, totalizando 46 dos 120 indivíduos coletados, estavam contaminados por microplásticos. Essa descoberta evidencia o risco ao qual estão expostas as populações ribeirinhas e os banhistas que frequentam essas praias.

O estudo, liderado por Esteban Nogueira sob orientação de George Mattox, foi publicado no periódico científico Neotropical Ichthyology nesta sexta-feira. Além dos pesquisadores da Ufscar, a pesquisa contou com a colaboração de profissionais de outros departamentos acadêmicos.

As amostras de água e areia foram coletadas em três localidades diferentes durante o verão e inverno de 2021. Em cada local, foram examinados 20 peixes da espécie peixe-rei (Atherinella brasiliensis), conhecida por habitar a zona de quebra-maré das praias da região.

Análises laboratoriais revelaram que as praias de Barra Seca, Perequê-“Brava” e Perequê-“Calma” apresentavam quantidades significativas de microplásticos, com os valores mais elevados registrados durante o verão. No entanto, a praia de Perequê-“Calma” teve uma concentração maior de partículas durante o inverno.

Segundo Mattox, a hipótese inicial era de que o verão teria a maior concentração de microplásticos devido à presença de turistas, mas a análise foi realizada durante a pandemia da Covid, o que pode ter influenciado os resultados.

Com a crescente preocupação ambiental, é importante ressaltar que o aumento da temperatura da água acelera a absorção de toxinas nos microplásticos, tornando-os ainda mais nocivos para a saúde dos animais marinhos.

Este estudo destaca a urgência de ações para combater a contaminação por microplásticos e outras pressões ambientais que afetam as praias do litoral norte paulista e a costa brasileira como um todo. A preservação do meio ambiente marinho é essencial para garantir a saúde dos ecossistemas e a segurança alimentar das populações locais.


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