
O ex-policial Ronnie Lessa, preso por envolvimento na morte de Marielle Franco, fez uma delação bombástica em que revelou que, inicialmente, a ex-vereadora deveria ter sido executada em 2017. Lessa começou a monitorar Marielle a partir de setembro daquele ano, tendo em mãos informações sobre a residência dela no centro do Rio de Janeiro.
“Tentamos algumas vezes em vão dar prosseguimento ao fato”, disse Lessa em sua delação à Polícia Federal em 2023. O sigilo da delação foi levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (7).
Lessa relatou que o prédio onde Marielle residia era de difícil acesso e que a presença frequente de policiais na região dificultava o monitoramento. Além disso, a ausência de estacionamento no prédio complicava ainda mais a situação, já que não era possível determinar se a vereadora guardava o carro em outro lugar.
No entanto, após monitoramentos que duraram até dezembro daquele ano, Lessa se viu frustrado com a falta de resultados. Ele também revelou que recebeu a ordem de que o crime não poderia partir dos arredores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Na delação, Lessa apontou os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como mandantes do assassinato de Marielle, que também resultou na morte do motorista Anderson Gomes. Os irmãos, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, foram presos preventivamente no final de março no contexto do caso.
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, após a vereadora retornar de um evento de carro. Ronnie Lessa confessou ser o autor dos disparos que ceifaram a vida da vereadora.
* Com informações de Lucas Mendes e Julliana Lopes
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