
Reação do Congresso Nacional diante das investidas do STF e da PGR
A tensão entre o Congresso Nacional e os órgãos judiciais Supremo Tribunal Federal (STF) e Procuradoria-Geral da República (PGR) atingiu um novo patamar, gerando ameaças de retalição por parte dos parlamentares em relação ao governo Lula (PT) em votações ligadas ao Orçamento. A polêmica gira em torno das emendas parlamentares, que são utilizadas pelos congressistas para direcionar verbas para seus redutos eleitorais.
O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Julio Arcoverde (PP-PI), declarou que suspenderá o prazo de leitura do parecer da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em resposta às recentes ações do STF e da PGR. Arcoverde considera que tais decisões representam uma interferência no Legislativo e tem recebido queixas de seus colegas parlamentares quanto a essa questão.
A LDO, que define os parâmetros para a elaboração e execução do Orçamento do ano seguinte, incluindo as emendas parlamentares, deveria ter sido aprovada antes do recesso parlamentar em 18 de julho. O adiamento da votação pode gerar complicações sérias para o governo, como a impossibilidade de executar despesas obrigatórias, sem base legal para o Orçamento do ano seguinte.
Diante desse impasse, o presidente da CMO afirma que buscará orientação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e discutirá estratégias para lidar com a situação. Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República apresentou uma ação solicitando a derrubada das “emendas Pix”, alegando falta de transparência e rastreabilidade nos recursos alocados por meio delas. O ministro Flávio Dino também determinou auditorias e novas regras de transparência para as emendas parlamentares.
Apesar das negativas de articulação do governo, as decisões do STF e da PGR continuam causando preocupações quanto ao impacto na relação entre Poder Legislativo e Executivo. A incerteza sobre o futuro das emendas parlamentares e do Orçamento de 2025 permanece, enquanto o Congresso busca soluções para garantir a autonomia na destinação das verbas.