Deficit nos EUA nas exportações e importações agropecuárias atinge recorde em 2024
No ano fiscal de 2024, os Estados Unidos enfrentam um déficit de US$ 32 bilhões no saldo das exportações e importações de produtos agropecuários, marcando o maior valor desde 1935, início desta série de dados. De acordo com estimativas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) nesta quarta-feira (29), as exportações americanas devem totalizar US$ 170,5 bilhões, uma queda de 5% em relação ao ano anterior, enquanto as importações devem atingir US$ 202,5 bilhões, um aumento de 4%.
Uma das causas desse déficit é a relação comercial entre os Estados Unidos e o Brasil, onde os americanos estão importando mais produtos brasileiros e exportando menos para o país. No entanto, o impacto desse cenário é pequeno se comparado aos mercados onde o Brasil tem avançado, resultando em uma diminuição da presença dos Estados Unidos.
Um dos principais desafios para os Estados Unidos é a região da Ásia, que teve uma redução nas receitas de exportação, passando de US$ 75,4 bilhões no ano fiscal de 2023 para US$ 68,4 bilhões neste ano. Essa queda é atribuída ao aumento da participação do Brasil nas exportações de soja para a China, assim como a presença crescente dos brasileiros nas vendas de milho e carnes para o mercado asiático nos últimos anos.
Além da Ásia, outros mercados como Japão, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Indonésia e Tailândia também vão reduzir suas compras dos Estados Unidos, enquanto o Brasil continua a avançar nesses países. Os Estados Unidos ganham mercado na América do Norte e do Sul, porém perdem nas demais regiões, com as maiores reduções no Oriente Médio e na África.
Apesar dos desafios, os Estados Unidos mantêm vantagens em algumas áreas, como as exportações de arroz, que devem aumentar em 22% este ano. No entanto, as receitas com soja e milho devem ter quedas significativas de 25% e 5%, respectivamente, devido tanto ao volume menor exportado quanto aos preços em queda das commodities. As importações agropecuárias devem atingir um valor recorde de mais de US$ 200 bilhões, com destaque para as compras de carnes, produtos lácteos, sucos, frutas, cacau, açúcar e café.
Em meio a essas questões, a segurança alimentar tem sido um tema de destaque, com projetos conduzidos por universidades federais no Brasil que visam combater a fome com sustentabilidade, fortalecendo a agricultura familiar e promovendo técnicas para aumentar a produtividade agrícola.
