Parlamentares da ALMG fazem visita técnica à Mina Granja Corumi da Empabra após suspeitas de atividades ilegais e interdição pela prefeitura

A extração mineral na área está atualmente proibida, no entanto, no ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) autorizou a retirada de 800 mil toneladas de minério já beneficiado e estocado no local. A movimentação de caminhões tem levantado dúvidas sobre a legalidade das atividades da Empabra, causando preocupação em moradores e ativistas locais.
No mês passado, a prefeitura de Belo Horizonte realizou uma vistoria na mina e interditou totalmente suas atividades, autuando a empresa por crime ambiental e aplicando uma multa. Segundo o Executivo municipal, foram encontradas evidências de atividades ilegais, como a retirada de minério e transporte sem os devidos licenciamentos ambientais.
A mina Granja Corumi existe desde a década de 1950 e, em 1990, a Serra do Curral foi tombada como patrimônio da cidade, o que resultou na redução das atividades na região. Em 2007, a Empabra se comprometeu com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a elaborar um plano de recuperação da área degradada, mas denúncias de descumprimento parcial do acordo levaram à interdição temporária das atividades da mineradora pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em 2018.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara de Vereadores de Belo Horizonte emitiu um relatório pedindo a suspensão definitiva da extração de minério na Mina Granja Corumi e sugerindo o bloqueio judicial dos bens da Empabra até a resolução das questões trabalhistas e ambientais. A ANM autorizou a retirada do minério estocado no ano passado como parte do processo de recuperação da área, mas a falta de medidas de recuperação da Empabra tem gerado questionamentos.
A deputada Bella Gonçalves (PSOL), coordenadora da visita técnica, questionou as atividades da mineradora e a falta de ações de recuperação ambiental. Representantes de entidades ambientais também estiveram presentes no evento para acompanhar a situação de perto. A Empabra, por sua vez, afirma que desde 2013 vem trabalhando para recuperar a área da mina e transformá-la em um corredor ecológico, mas os embargos e suspensões das atividades têm gerado dificuldades nesse processo.
Em abril de 2024, a Empabra protocolou um Plano de Fechamento da Mina com o objetivo de transformar a área em um espaço público integrado aos parques das Mangabeiras e da Baleia. A empresa visa a criação de um corredor ecológico, ampliação da zona de amortecimento, reintegração ecológica e preservação da biodiversidade. A situação da mina Granja Corumi envolve não apenas questões ambientais, mas também legais e de responsabilidade social que devem ser cuidadosamente monitoradas pelas autoridades competentes.