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Novo romance autobiográfico de Tatiana Salem Levy, “Melhor Não Contar”, aborda história inquietante de assédio familiar em narrativa pungente.




Artigo sobre novo romance de Tatiana Salem Levy

O novo romance de Tatiana Salem Levy: “Melhor Não Contar”

O romance autobiográfico de Tatiana Salem Levy, intitulado “Melhor Não Contar”, traz à tona uma história perturbadora e marcante. A obra narra de forma crua e sensível a trajetória de uma protagonista que enfrenta momentos de assédio e desconforto ao longo de sua vida.

No início do livro, somos apresentados a uma cena chocante em que a protagonista, uma menina de apenas dez anos, se vê constrangida ao ser desenhada pelo padrasto enquanto toma sol sem a parte de cima do biquíni, na piscina de uma casa de praia. Essa situação desconfortável é apenas o prelúdio de episódios posteriores de assédio, vividos pela personagem quando já adolescente, por parte do mesmo padrasto idoso. O assédio se torna recorrente, lançando luz sobre questões delicadas e profundas.

Em uma entrevista realizada em Lisboa, onde a escritora reside há mais de uma década, Tatiana Salem Levy revela que a inspiração para a obra veio dos diários de sua mãe, a renomada jornalista e escritora Helena Salem. A relação complexa entre mãe e filha, permeada por segredos e conflitos não revelados, é o cerne do livro e traz à tona reflexões importantes sobre exposição, literatura e perdão.

Em “Melhor Não Contar”, os personagens de Helena, Tatiana e o padrasto são nomeados, enquanto a identidade desse último permanece anônima. A autora esclarece que seu livro não busca ser uma denúncia nos moldes de movimentos feministas, como o ‘Cuéntalo’ e o ‘MeToo’, mas sim uma narrativa com nuances complexas que exploram a natureza humana e suas ambiguidades.

Ao abordar temas como abuso, assédio e responsabilidade, a obra de Salem Levy revela-se profunda e intensa, trazendo à tona questões que permeiam as relações familiares e sociais. A autora mergulha nas décadas passadas do século XX, resgatando memórias e traumas que moldaram não apenas sua história pessoal, mas também a história de muitas mulheres.

“Melhor Não Contar” é um retrato doloroso e realista de experiências marcantes e difíceis, que convida o leitor a refletir sobre a complexidade das relações humanas e os limites entre o amor e o abuso.


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