
Juiz condena hacker da Vaza Jato por calúnia contra Bolsonaro
No dia 29 de novembro, o juiz Omar Dantas Lima, do 3º Juizado Especial Criminal de Brasília, proferiu uma sentença condenando o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker responsável pelo vazamento de mensagens da operação Lava Jato, a dez meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto, além de multa, pelo crime de calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O caso teve início quando Bolsonaro acusou Delgatti de mentir ao afirmar que o presidente teria ordenado grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, durante seu depoimento à CPI do dia 8 de janeiro. Segundo a sentença, o juiz permitiu que o programador recorra em liberdade, mesmo estando detido desde agosto de 2023 por outra acusação relacionada à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça a pedido da deputada federal Carla Zambelli.
A defesa de Delgatti argumentou que não houve intenção de caluniar Bolsonaro, alegando que o programador apenas fez referência a um suposto pedido do ex-presidente para que ele assumisse a autoria de um grampo telefônico. Por sua vez, Bolsonaro afirmou à Justiça que só se encontrou com Delgatti uma vez no Palácio do Alvorada e que as informações discutidas na ocasião foram repassadas ao Ministério da Defesa.
O ex-presidente destacou que não teve conhecimento da presença do hacker em outras oportunidades e que nunca mais teve contato pessoal ou telefônico com ele. Além disso, Bolsonaro negou ter conversado sobre grampos telefônicos com qualquer pessoa.
Na decisão, o juiz considerou que Delgatti agiu com a intenção de caluniar Bolsonaro ao fazer a acusação falsa diante dos parlamentares durante a CPI, com grande repercussão na imprensa. O magistrado ressaltou que a conduta do programador configurou crime e, por isso, determinou sua condenação.