Ministério da Saúde recomenda ampliar e intensificar vacinação contra coqueluche no Brasil em meio a surtos na Ásia e Europa.

Uma das principais recomendações da nota é a ampliação do uso da vacina dTpa, que combate difteria, tétano e coqueluche, para profissionais da saúde que atuam em diversos ambientes, como unidades hospitalares, serviços públicos e privados de saúde, ginecologia e obstetrícia, UTI neonatal, berçários e pediatria. Além disso, trabalhadores que acompanham gestantes, crianças em creches e berçários devem ser imunizados.
A orientação do Ministério da Saúde é que a vacinação considere o histórico vacinal contra difteria e tétano, com a aplicação da dTpa para completar o esquema vacinal. A nota técnica alerta para o aumento de casos de coqueluche em diversos países europeus e asiáticos, com destaque para a China e a Bolívia, que enfrentaram surtos da doença recentemente.
No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche foi em 2014, com mais de 8 mil casos confirmados. Entre 2015 e 2019, o número de casos variou entre 1.562 e 3.110, com uma redução significativa a partir de 2020, influenciada pela pandemia de Covid-19 e medidas de isolamento social. No entanto, nas primeiras semanas de 2024, já foram confirmados 31 casos da doença no país.
As taxas de cobertura vacinal contra a coqueluche no Brasil têm se mantido abaixo dos 95% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2016, o que tem contribuído para o acúmulo de pessoas suscetíveis à doença. Entre os casos confirmados, uma parcela significativa apresenta situação vacinal desconhecida ou incompleta, evidenciando a importância da vacinação para prevenir a disseminação da coqueluche.
Em vista desse cenário, a vacinação contra a coqueluche se torna uma medida fundamental para proteger a população, principalmente crianças, gestantes e profissionais de saúde, contra os riscos dessa doença respiratória causada pela bactéria Bordetella. A implementação efetiva das recomendações do Ministério da Saúde pode contribuir para conter a propagação da coqueluche no Brasil e evitar surtos semelhantes aos observados em outros países.