Conselho Superior do MPF aplica censura à ex-coordenadora da Lava Jato por críticas ao STF e ministros em entrevistas.

O voto proferido pelo subprocurador Mário Bonsaglia recomendou a punição, argumentando que Thaméa Danelon não agiu com o decoro requerido no trato com as instituições de Justiça, conforme previsto no Estatuto do Ministério Público. O relator destacou que a procuradora fez comentários questionáveis sobre a credibilidade do sistema de Justiça brasileiro, acusou ministros do STF de decidirem de forma contrária à Constituição, associou delações premiadas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), além de proferir críticas contundentes ao STF e seus integrantes.
Durante o julgamento, a defesa de Thaméa Danelon solicitou o arquivamento do processo disciplinar, argumentando que a procuradora nunca teve atuação política e que qualquer associação com determinado espectro político era feita por terceiros. O advogado Felipe de Oliveira Mesquita afirmou que sua cliente deixou claro em entrevistas objeto do processo que não possuía alinhamento político definido.
A censura aplicada pela CSMPF serve como um alerta para os membros do Ministério Público em relação à necessidade de manterem um comportamento e postura adequados no exercício de suas funções. A decisão reforça a importância do respeito às instituições democráticas e da responsabilidade na comunicação de informações e opiniões, especialmente quando se trata de figuras públicas como os ministros do STF.