Senador critica postura do presidente do Banco Central e questiona sua atuação diante da economia brasileira em pronunciamento no Senado.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante seu pronunciamento nesta segunda-feira (3). Para o parlamentar, a postura do principal líder da instituição financeira brasileira tem contribuído para aumentar a especulação e disseminar incertezas sobre a economia do país. Kajuru ressaltou a necessidade de equilíbrio, contenção e espírito público por parte dos ocupantes de cargos de poder, diante do atual cenário vivido pelo Brasil.
No discurso, Kajuru relembrou a redução da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em março, que fixou a taxa em 10,75%. No entanto, ele destacou que em um seminário em Washington, nos Estados Unidos, realizado em 17 de abril, Campos Neto anunciou que defenderia uma redução ainda menor da taxa Selic, indo contra a decisão unânime do Copom. Essa redução, votada nos dias 7 e 8 de maio, resultou em uma queda de 0,25%, fixando a taxa de juros em 10,5%, com o voto decisivo do presidente do Banco Central.
O senador também criticou uma declaração de Campos Neto durante um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, onde foi levantada a possibilidade de aumento da inflação. Kajuru afirmou que essa declaração, feita enquanto o mercado financeiro ainda estava aberto, teve repercussões imediatas.
Diante desses acontecimentos, Kajuru levantou questionamentos sobre qual posição o presidente do Banco Central adotará na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 18 e 19 de junho. Ele provocou reflexões sobre os impactos da atual taxa de juros de 10,5% ao ano para o Brasil e questionou se Campos Neto estaria cogitando um aumento da Selic. As ações recentes do Banco Central, na visão de Kajuru, colocam em xeque a credibilidade do Copom.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)