Prefeitura de Niterói inicia segunda fase de reflorestamento em praias de Itacoatiara e Camboinhas na Região Oceânica


Na próxima semana, a Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, iniciará a segunda fase de revegetação de duas das principais áreas de restingas da cidade: as praias de Itacoatiara e Camboinhas, na Região Oceânica.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS) está à frente do projeto, intitulado como ”Restauração Ecológica e Inclusão Social de Niterói” e que vem acontecendo de forma gradativa na cidade desde 2019.
O programa tem um investimento de cerca de R$ 2,9 milhões, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a fundo perdido (não reembolsável). A revegetação que acontece em diversos pontos será equivalente a 10 campos de futebol – a maior área recuperada da história do município.
Etapas
O projeto está restaurando mais de 203 hectares de diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica. O trabalho, que terá início em Itacoatiara, no próximo mês, focará nas plantas invasoras.
Posteriormente, a iniciativa vai para Camboinhas. Lá, o projeto entra na fase considerada a mais difícil, que é a supressão de plantas invasoras maiores e revegetação com as plantas nativas, para evitar que ocorram novas invasões.
De acordo com a Prefeitura, entre outros pontos, o projeto tem como objetivo caminhar para uma Niterói mais sustentável, seguindo os protocolos assinados com a Organização das Nações Unidas (ONU) para atender pontos como a melhoria da qualidade ambiental das áreas envolvidas na restauração ecológica para os cidadãos do município, visitantes e gerações futuras.
O projeto engloba a capacitação em outras regiões também e possibilita que os envolvidos busquem empregos futuros na área de recuperação ambiental. A iniciativa também representa fomento ao ecoturismo; benefícios indiretos em relação à cadeia produtiva de insumos necessários para a restauração ecológica e contribuição para sequestro de carbono e outros benefícios.
”Tivemos algumas paradas durante o projeto devido à pandemia. Quando se lida com a natureza, muitas intempéries podem acontecer. Então, em alguns pontos que haviam avançado, precisamos retomar as análises antes de partir para outra fase. Nosso objetivo é garantir que, em locais onde existam plantas invasoras que não são boas para o solo, elas possam ser substituídas por nativas e, assim, mantermos o ciclo do ecossistema de forma adequada, fazendo sempre a manutenção. Estamos muito felizes de podermos estar proporcionando isso para a cidade. Nessa fase de agora, em Itacoatiara e Camboinhas, teremos que utilizar empresa contratada pelo fato das espécies serem muito grandes e necessitarem de manejo especial. Depois, a área será cercada para a chegada das plantas nativas”, explicou Rafael Robertson, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói.
Dentre os locais que estão sendo recuperados estão quase 31 hectares de vegetação nas ilhas Pai, Mãe, Menina e do Veado, inseridas no Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit) e no Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset); 65,3 hectares de manguezal no entorno da Laguna de Itaipu e Piratininga, inseridos parcialmente no Peset e no setor lagunar do Parnit; cerca de 21 hectares de vegetação de restinga em cinco praias da cidade (Itacoatiara, Camboinhas, Piratininga, Itaipu e Charitas); e mais de 86 hectares de vegetação no Morro da Viração, em área inserida no Parnit.
Ilha da Menina
Conhecida como Ilha da Menina, da Filha e até mesmo Pitanga, a menor das ilhas que fica na enseada de Itaipu também terá seu ecossistema totalmente recuperado.
Serão contempladas ainda as ilhas Pai e Mãe, na enseada de Itaipu, e Ilha do Veado, em Piratininga, que receberão um lançamento de mix de sementes e plantação de mudas de diversas espécies nativas.
Técnicos da SMARHS, acompanhados de um pesquisador do Departamento de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), especialista em revegetação e restauração ecológica, já realizaram um diagnóstico da ilha e, nesse momento, estudam a melhor forma de reconstituir aquele ecossistema, as técnicas que serão empregadas e espécies da flora que mais se adequarão ao solo para devolver a biodiversidade ao local que foi degradado pelo homem.
”Temos um trabalho estratégico na cidade. O que estamos fazendo é a maior restauração ecológica já realizada pela Prefeitura, e vamos levar isso para as gerações futuras. É um trabalho feito em todas as regiões por técnicos, com a ajuda de voluntários. Em cada etapa, temos o cuidado de utilizar nossos biólogos, engenheiros florestais para fazer um estudo do solo e todas as necessidades. Não pode ser feito de qualquer maneira, demanda tempo e cuidado”, explicou Allan Cruz, subsecretário municipal de Meio Ambiente.
A meta é fazer ainda o diagnóstico da vegetação das ilhas Pai e Mãe numa próxima etapa. O plantio de espécies nativas também irá contemplar áreas no entorno da Lagoa de Itaipu e manguezais.
Vistorias
Durante as vistorias e limpezas na Ilha da Menina, foram investigados: formações vegetais, tipo de solo, fauna, presença de água doce e profundidade associados à topografia, entre outros aspectos.
Além da revegetação, será realizada a restauração do meio ambiente, sendo introduzidas espécies nativas resistentes à seca e adaptadas àquele ecossistema, de modo a controlar a dominância atual do capim colonião e fornecer atrativos para a fauna. O objetivo, a longo prazo, é aumentar a biodiversidade local.
Advertisement
