Recentemente, líderes do PT se manifestaram nas redes sociais criticando as declarações de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, em uma entrevista à Folha. Segundo eles, Fraga está ameaçando o governo e tentando desacreditar o sucessor de Roberto Campos Neto, cujo mandato como presidente do BC está chegando ao fim.
Gleisi Hoffman, presidente nacional do PT, expressou sua opinião dizendo que Arminio Fraga é o destaque do dia na campanha midiática para desacreditar o futuro presidente do BC após Campos Neto. Ela ressaltou a importância da independência do BC e criticou a tentativa de proibir Lula de exercer a política monetária e cambial.
Para Carlos Zarattini, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Fraga, falando em nome do mercado, está ameaçando o governo Lula. Segundo ele, o governo não deveria se submeter ao mercado e cortar gastos, reduzir o salário mínimo e desvincular saúde e educação dos aumentos de receita.
As críticas surgiram após a entrevista de Fraga à Folha, na qual ele expressou preocupação com o desequilíbrio nas contas públicas e a pressão do governo sobre as decisões do BC em relação à taxa Selic, que está em 10,5% ao ano. Fraga também previu turbulências na transição de comando do BC.
É interessante notar que Fraga foi um dos primeiros economistas de renome a declarar apoio a Lula durante as eleições presidenciais de 2022. No entanto, ele agora expressa pessimismo em relação ao governo, criticando os erros cometidos e sugerindo a necessidade de uma terceira via política.
Gleisi Hoffman também mencionou a postura dos neoliberais que votaram em Lula contra Bolsonaro e continuam impondo suas políticas para os juros através do suposto BC ‘independente’.
Por outro lado, Carlos Zarattini criticou o editorial da Folha, alegando que a inflação está contida e que a redução do desemprego não é prioridade. Ele comparou a postura econômica à receita do político argentino Javier Milei.
