A Ascensão e a Queda das Grandes Potências: Um Estudo Profundo sobre os Estados Envelhecidos

A ascensão e a queda das grandes potências são um clichê da história. É comum a ideia de que as civilizações, os Estados e as sociedades crescem e entram em declínio. Mas será verdade? Um grupo de arqueólogos, historiadores e cientistas da complexidade decidiu avaliar a veracidade dessa noção.

Realizando o maior estudo já feito para determinar se o envelhecimento das sociedades pode ser observado nos registros históricos, os resultados foram publicados pela renomada revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os Estados são Mortais

Definir civilizações ou sociedades é uma tarefa incômoda. Por isso, a análise foi restrita aos “Estados” pré-modernos, organizações centralizadas que impõem normas sobre um dado território e população, muito parecidas com os atuais Estados-nações. Utilizando uma abordagem estatística sobre dois bancos de dados diferentes, o estudo revelou padrões de envelhecimento significativos nos Estados ao longo dos séculos.

A tendência de envelhecimento pode ser observada em diversos contextos históricos, como nas sociedades Pueblo, que enfrentaram ciclos de crescimento e retração antes de entrar em colapso. A análise de sobrevivência revelou um aumento gradual do risco de término dos Estados ao longo do tempo, indicando um padrão consistente de vulnerabilidade e desgaste.

O Nosso Mundo Moderno Está Envelhecendo?

Os padrões identificados nos Estados pré-modernos podem ter relevância para os dias atuais? Apesar das diferenças estruturais e tecnológicas, os desafios enfrentados pelos Estados contemporâneos, como a desigualdade crescente, a degradação ambiental e os conflitos entre as elites, podem representar fontes de vulnerabilidade semelhantes às observadas historicamente.

A compreensão da história antiga pode servir como um guia para evitar os erros do passado e mitigar as possíveis fontes de envelhecimento das sociedades modernas. Este estudo pioneiro lança luz sobre a fragilidade inerente dos Estados ao longo do tempo e destaca a importância de buscar resiliência e sustentabilidade em nossas estruturas sociais e políticas.

*Este artigo é baseado no estudo The Vulnerability of Aging States: A Survival Analysis across Premodern Societies, de Marten Scheffer, Egbert van Nes, Luke Kemp, Timothy Kohler, Timothy Lenton e Chi Xu.