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Eleição histórica no México: Claudia Sheinbaum será a primeira mulher a governar o país
Na noite deste domingo (2), o México fez história ao eleger Claudia Sheinbaum como sua próxima presidente, tornando-a a primeira mulher a assumir o cargo. Sheinbaum, que é apoiada por Andrés Manuel López Obrador, venceu a oposição de acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas por veículos como El Financiero, canal N+ e TV Azteca.
Os resultados oficiais do Instituto Nacional Eleitoral (INE) ainda não foram divulgados, mas os primeiros números indicam uma vitória expressiva para Sheinbaum, que herdou o capital político de AMLO, como é conhecido o atual presidente do país.
Sheinbaum enfrentará desafios em diversos setores, incluindo a economia. Com a estratégia de nearshoring em ascensão e a competição geopolítica entre Estados Unidos e China, a nova presidente terá que definir uma política industrial clara para manter a posição de destaque do México como exportador.
Lá fora
Na área da segurança pública, Sheinbaum herda um cenário com altos índices de homicídios, mesmo com uma leve queda no último ano. A militarização implementada por López Obrador continuará sendo um pilar de sua gestão, assim como a relação com os cartéis do narcotráfico, que marcaram a violência política durante a campanha eleitoral.
A imigração é outro tema crucial, especialmente diante do aumento no fluxo de pessoas tentando cruzar a fronteira com os EUA e da intensificação da repressão. A eleição de Sheinbaum representa a continuidade de um governo nacionalista, formado por uma coalizão de partidos da situação.
Apesar de prometer uma gestão que ampliará os avanços feitos por AMLO, a nova presidente terá que lidar com expectativas quanto a uma maior abertura privada, menor confronto com opositores e investimentos em infraestrutura para impulsionar o nearshoring.
A incógnita sobre a influência de López Obrador no governo futuro e o possível distanciamento entre ele e Sheinbaum também são aspectos a serem acompanhados de perto nos próximos anos.
Em relação à agenda de gênero e combate à violência contra a mulher, Sheinbaum terá que lidar com altas taxas de violência no México e a pouca empolgação dos movimentos feministas com seus planos, que consideram as propostas como demasiadamente comedidas.
O processo eleitoral transcorreu com relativa tranquilidade em algumas regiões, mas com episódios de violência armada em outros, refletindo a complexa situação do país.