DestaqueUOL

Polícia Federal concentra inquéritos ligados a Bolsonaro na DIP e esvazia setor de tribunais superiores, gerando polêmica interna.







Investigações sobre Bolsonaro concentradas na DIP da Polícia Federal

Investigações sobre Bolsonaro concentradas na DIP da Polícia Federal

A Polícia Federal tem concentrado inquéritos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro na DIP (Diretoria de Inteligência Policial) e esvaziado o setor responsável por conduzir investigações que correm em tribunais superiores. Essa mudança tem gerado polêmica e desajustes entre os setores da PF, de acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo.

Segundo fontes internas da PF, a DIP, antes responsável por definir a política de inteligência e realizar ações de contrainteligência, agora concentra inquéritos sensíveis ligados a Bolsonaro, como as investigações sobre milícias digitais, planos golpistas após as eleições de 2022 e a fraude no cartão de vacinação do ex-presidente. Além disso, a diretoria é encarregada de investigar a hostilidade ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, em aeroporto na Itália.

Em contrapartida, a área responsável por investigações que tramitam no STF, a CINQ (Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores), está esvaziada e com poucos delegados. Atualmente, a coordenação se dedica principalmente à Operação Lesa Pátria e inquéritos sobre desvios em obras, como o caso do ministro Juscelino Filho. A mudança de foco da PF tem levantado questionamentos sobre a efetividade das investigações em ambas as áreas.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que a reestruturação na diretoria de inteligência visou fortalecer sua atuação em casos sensíveis, permitindo que a DIP possa ser designada para atuar em quaisquer situações que demandem sua expertise e equipamentos de inteligência. A proximidade entre a DIP e a direção-geral da PF tem sido alvo de críticas, especialmente pela relação próxima entre o diretor-geral Andrei Rodrigues e o chefe da direção, Rodrigo Morais.

As investigações sobre Bolsonaro na DIP tiveram início em 2022, quando a delegada Denisse Ribeiro conduzia o inquérito das milícias digitais que tinha o ex-presidente como alvo. Transferido para a diretoria de inteligência, o delegado Fabio Shor assumiu o caso e o manteve sob responsabilidade da DIP.

Essas mudanças internas na Polícia Federal levantam debates sobre a autonomia e a eficácia das investigações em casos sensíveis. O desvirtuamento da DIP e o esvaziamento da CINQ têm sido alvo de críticas e questionamentos, especialmente no contexto político atual do Brasil.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo