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Novas regras dos EUA para Cuba geram divergências entre políticos e economista sobre eficácia e impacto real na ilha


Novas regras americanas geram opiniões divergentes sobre Cuba

Para a parlamentar Maria Elvira Salazar, de origem cubana, trata-se de “um escárnio do direito americano, considerando-se que não houve na ilha nenhum avanço no sentido da liberdade e que a repressão aumentou”. Em contraste, o ex-deputado Joe Garcia, que se empenha por um respaldo maior ao setor privado cubano, elogiou o governo Biden.

Boa ideia, o problema é a prática

Porém o ministro do Exterior de Cuba, Bruno Rodríguez, criticou duramente as novas regras: “Elas não mudam em nada os impactos cruéis e a sufocação econômica impostos às famílias cubanas com a aplicação do bloqueio e a inclusão [de Cuba] na lista dos patrocinadores estatais do terrorismo”, escreveu na plataforma X. “Essas medidas visam dividir a sociedade cubana.”

A reação do Ministério do Exterior, em comunicado oficial, foi semelhante: “Mais uma vez, a resolução do governo americano se baseia numa visão distorcida da realidade cubana, separando artificialmente o setor privado do público, embora ambos sejam parte do sistema econômico cubano e da sociedade como um todo.”

O economista Ricardo Torres, da American University de Washington, vê “medidas positivas”, por estarem adaptadas à “mudança da realidade em Cuba”, que certamente favorecerão alguns setores, como o de criação de software. Também a agilização das transações financeiras ele vê como algo positivo.

“Mas uma coisa é a intenção, outra é a prática”, pondera, apontando para as numerosas restrições ainda existentes. “Os bancos e empresas dos EUA certamente procurarão se garantir contra possíveis litígios judiciais”, enfatiza, acrescentando que não há qualquer segurança de que o governo americano seguinte vá manter as medidas. “Por isso sua aplicação deverá ser bem limitada”, deduz o economista cubano.


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