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Neymar: da negação do racismo à misoginia e polêmicas ambientais, uma trajetória de controvérsias e falta de maturidade




Neymar: a polêmica do jogador que não amadureceu

Neymar: a polêmica do jogador que não amadureceu

Em 2010, ao ser questionado se já tinha sido vítima de racismo, Neymar respondeu que “nunca, nem dentro nem fora do campo. Até porque não sou preto, né?”. Dez anos depois, o jogador se autodeclarou negro, disse ter orgulho de suas origens.

Seria uma voz potente e exemplo para milhares de crianças e adolescentes que ainda precisam de espelho, se ele reconhecesse sua importância na luta antirracista, como fazem outros esportistas como Lewis Hamilton. Mas logo depois, disse que todos são iguais, blábláblá Whiskas sachê… Neymar não passa da primeira página em todos os aspectos da vida.

No último capítulo, conseguiu de uma tacada só mostrar ser misógino, machista, etarista. Ao responder um vídeo da atriz Luana Piovani, o jogador a chamou de louca, de velha, sugeriu que ela quer alguma coisa com ele e que merecia um sapato enfiado em sua boca.

Não à toa, a retórica do interesse sexual já foi usada por um de seus ídolos. Num dos debates com os presidenciáveis, o Inelegível, diante da inquisição de uma jornalista, disse que ela dormia pensando nele, que tinha uma paixão por ele.

Mulher é sempre louca, ultrapassada ou sempre quer dar para quem ela despreza. São os argumentos dos meninos que jamais se transformam em homens e não conseguem ir além da desqualificação para responder a críticas. Nós, mulheres, só quando amadurecemos conseguimos entender e ser tão explícitas para dizer o óbvio sobre alguns sujeitos: vocês são uns bostas.

Bolsonaros são o tipo de sujeito com quem Neymar se relaciona, venera e ainda posta selfies. O menino se recusa a crescer como cidadão e como homem em tudo que tem seu nome envolvido.

Fez festa de aniversário para 500 pessoas no meio de uma pandemia. Mandou construir um lago artificial em sua mansão, em Mangaratiba, alvo de uma multa, que foi suspensa, de R$ 16 milhões por irregularidades ambientais. Agora, aparece em um dos empreendimentos que se beneficiaria da criminosa PEC da privatização das praias.

Neymar não gostou da forma que atriz o criticou publicamente, mas por mais cruel que tenha sido, Luana tem razão. Ele não é dos melhores exemplos como esportista. De toda sua carreira, a imagem mundial que será usada para sempre é do jogador cai-cai, fanfarrão, arregão. É o que vai sobrar.

Como homem é tudo o que as mulheres das novas gerações vão abominar. Ajudou financeiramente o parça acusado de estupro. Ele mesmo perdeu um contrato milionário ao ser investigado por assédio.

Expôs a namorada grávida ao surgir em encontros fortuitos com peguetes de aplicativo. Uma filha sendo gerada e ele passando o rodo, como se tivesse feito um gol desimportante na carreira.

Ao responder Luana com tanta agressividade e preconceitos tão velhos, Neymar mostra que ele está precisando “lacrar” mesmo que seja fora de campo. A idade, bixa, chega para todas, mesmo para quem acha que o dinheiro compra tudo. Para quem está sempre no lado errado da história não tem Mastercard que resolva.

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