Itamaraty critica declarações de autoridades israelenses sobre emigração de palestinos da Faixa de Gaza.

As recentes declarações que geraram toda essa polêmica foram feitas pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, em entrevista a uma rádio do país. Segundo Smotrich, a emigração dos palestinos de Gaza poderia mudar completamente o cenário da região e permitir que Israel desenvolvesse territórios anteriormente ocupados. Ele destacou que Israel poderia “fazer o deserto florescer” sem causar prejuízos a ninguém, conforme reportado pela agência Reuters. Essa mesma posição foi endossada pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.
Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) também criticaram as declarações do ministro israelense. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala seria considerada “inflamatória e irresponsável”. O governo dos EUA também reafirmou o compromisso de que Gaza é terra palestina e deverá permanecer assim, sem a interferência de grupos terroristas capazes de ameaçar Israel.
Contudo, a situação na região ainda é crítica, com pesados bombardeios em Gaza e um grande número de deslocados internos. Segundo o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha), estima-se que 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a 85% da população de Gaza, tenham abandonado suas casas devido à guerra. Além disso, a agência da ONU para a infância (Unicef) denunciou que mais de 1,1 milhão de crianças palestinas estão em risco de morrer por doenças evitáveis, falta de água e alimentos em Gaza.
Desde o início dos conflitos em outubro passado, o Ministério da Saúde de Gaza relata que 22,6 mil palestinos foram mortos, sendo 70% mulheres e crianças. Do lado israelense, o ataque do Hamas em outubro vitimou 1,2 mil pessoas e feriu outras 1.020, de acordo com o Exército de Israel. A escalada dos conflitos na região é preocupante e requer uma resposta diplomática e humanitária urgente, antes que a situação se agrave ainda mais e gere mais sofrimento para a população civil.