Desemprego e desigualdade levam sul-africanos a reduzir apoio ao ANC, pondo fim a três décadas de domínio do partido

O presidente do ANC, Gwede Mantashe, afirmou que o partido está aberto a negociações com outras legendas, indicando a possibilidade de uma coalizão para manter-se no poder, algo inédito na história recente do país.
Os resultados das eleições mostraram que o principal partido de oposição, a Aliança Democrática (DA), obteve 21,80% dos votos, enquanto o uMkhonto we Sizwe (MK), novo partido liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, conquistou 14,60% e os Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF) de extrema-esquerda, liderado por Julius Malema, alcançou 9,48%.
Julius Malema, líder do EFF, afirmou aos jornalistas que a missão de tirar o ANC da maioria havia sido cumprida e que o objetivo era humilhar o partido no poder. Ele demonstrou interesse em negociar com o ANC, mas ressaltou que o EFF preferia fazer parte de uma coligação em vez de um governo de unidade nacional.
Analistas apontam que o desempenho do MK, especialmente em KwaZulu-Natal, região de forte influência de Zuma, foi fundamental para que o ANC não conseguisse maioria absoluta. Agora, resta aguardar o anúncio dos resultados finais, previsto para domingo, pela comissão eleitoral.
O futuro político da África do Sul segue incerto, com a possibilidade de um sistema de múltiplos partidos no governo, algo contrastante com a história de vitórias arrasadoras do ANC desde o fim do apartheid em 1994. Novos capítulos políticos se desenham no horizonte sul-africano, representando uma mudança significativa na conjuntura política do país.