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Desdém brasileiro: caju, prata da casa, é tratado como mato, enquanto pistache vira estrela na gastronomia.




Artigo sobre o caju no Brasil

Explorando o potencial do caju no Brasil

No pitoresco labirinto de caminhos entre a lagoa de Jijoca e a vila de Jericoacoara, no Ceará, o cheiro do caju envolve a atmosfera em certos momentos, criando uma experiência única para os visitantes.

Antigamente, antes de se tornar um local frequentado por subcelebridades e influencers, a região era conhecida pela vasta quantidade de cajueiros, que ficam repletos de frutas no segundo semestre do ano.

Apesar do caju ser uma fruta muito valorizada no país, especialmente pela castanha que gera, grande parte da polpa do caju acaba sem utilização comercial, sendo deixada para os pássaros se alimentarem.

O caju é tido como uma planta comum no Brasil, mesmo sendo fonte de uma das castanhas mais valorizadas no mercado. Enquanto a castanha de caju é apreciada em diversas formas, como doces, sucos e cajuína, ainda há um desequilíbrio na produção em relação à demanda.

Em 2022, o Brasil ocupava apenas a oitava posição no ranking global de produtores de castanha de caju, com a Costa do Marfim liderando a lista. A falta de uso criativo da castanha de caju na gastronomia e confeitaria brasileiras é um reflexo desse desequilíbrio e da falta de valorização do potencial dessa matéria-prima nacional.

Enquanto em países como a Turquia e o Oriente Médio o pistache é um ingrediente estrela na culinária e na doçaria, no Brasil a castanha de caju é frequentemente consumida de forma tradicional, sem explorar todo o seu potencial.

Eventos como o LAC Flavors, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento em Manaus, buscam fomentar a produção e o comércio internacional de alimentos amazônicos, mostrando o potencial culinário da região para o mundo.

É hora de o Brasil valorizar e explorar melhor os ingredientes nativos, como o caju, e se destacar na cena gastronômica internacional, ao invés de deixar que outros países lucrem com a riqueza de nossas terras.


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