CPI da Saúde no DF investigará mortes de crianças por suposta negligência em atendimentos e longas filas de espera

A coleta das oito assinaturas necessárias para a criação da CPI foi concluída pelos parlamentares, porém, a instalação da mesma ainda é incerta, uma vez que o regimento interno proíbe a existência de mais de duas CPIs simultâneas, a menos que haja o apoio da maioria dos deputados distritais. O deputado Max Maciel (PSOL), um dos responsáveis pelo pedido de investigação, acredita que a pressão sobre as lideranças pode viabilizar a instalação da CPI, tendo em vista a gravidade da situação na saúde pública do DF.
Segundo o requerimento da CPI, um recorde histórico de 65 crianças de até um ano morreram nos hospitais do DF nos primeiros 60 dias de 2024. Além disso, o documento destaca a superlotação nos centros regionais de saúde, que resulta na não recepção de novos pacientes e na internação inadequada de pacientes nas unidades de atenção básica. O presidente da CLDF, deputado Washigton Luiz (MDB), aliado do governador Ibaneis Rocha, defende que ainda não é o momento adequado para uma CPI e que o foco deve estar em buscar soluções para reduzir o sofrimento dos pacientes.
O Sindicato de Médicos do Distrito Federal alerta que a situação da saúde pública no DF vem se deteriorando ao longo dos anos, piorando ainda mais na gestão atual. Com altos índices de casos e mortes por dengue, o Distrito Federal enfrenta um desafio na área da saúde que precisa ser urgentemente resolvido. O pedido de CPI visa investigar as falhas de atendimento e gestão da saúde pública desde a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) em 2019, abarcando toda a rede pública de saúde do DF.
Diante desse contexto crítico, o governador Ibaneis Rocha se solidarizou com as famílias afetadas e ressaltou os investimentos do governo do DF na saúde nos últimos cinco anos, porém, reconhece que é preciso fazer mais. A contratação de novos profissionais da área da saúde e a melhoria nas instalações dos hospitais fazem parte das medidas implantadas para enfrentar a crise na saúde do DF.
Com o apoio dos profissionais de saúde e da sociedade civil, a CPI ganha força e a convocação de um ato pela abertura da Comissão demonstra a insatisfação com as condições precárias de trabalho e a falta de investimento na rede pública de saúde. A pressão por respostas e soluções eficazes para o sistema de saúde do Distrito Federal continua, enquanto a população aguarda por melhorias concretas e urgentes.