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Brasil e EUA celebram 200 anos de relação diplomática marcada por tensões com a China no cenário internacional

O Brasil e os Estados Unidos comemoraram nesta semana os 200 anos de relações diplomáticas, em meio a uma disputa geopolítica entre Washington e Pequim que tem impactado o cenário internacional. Durante a celebração, que incluiu seminários e audiências no Itamaraty e no Senado Federal, a presença da chefe do Comando Sul dos EUA, general Laura Richardson, chamou atenção.

Em visita ao Brasil para participar de exercícios militares conjuntos, Richardson fez críticas públicas à China, alertando sobre os possíveis riscos para o Brasil caso o país entre no projeto chinês da Rota da Seda, que envolve parcerias comerciais e de infraestrutura. A militar ressaltou a existência de uma disputa global entre democracias e ditaduras, enfatizando a importância de democracias com mentalidades semelhantes trabalharem juntas.

A posição da general norte-americana gerou reações, com a Embaixada do Brasil na China emitindo uma nota acusando os Estados Unidos de adotarem uma mentalidade típica da Guerra Fria e de tentarem distorcer a percepção da opinião pública. O sociólogo Raphael Seabra, da UnB, avaliou que tais declarações refletem a postura do governo de Joe Biden de tentar isolar a China e fomentar conflitos entre os governos da América Latina.

Por outro lado, o professor de relações internacionais Alexandre Pires destacou que os Estados Unidos buscam conquistar o Brasil como aliado em sua luta global contra a China, visto que o Brasil é um potencial aliado geográfico. Ele ressaltou a importância do Brasil equilibrar suas relações com as duas potências para evitar retaliações.

Em relação ao comércio exterior, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com um fluxo de comércio significativo que representa grande parte das exportações e importações do país. Os Estados Unidos ocupam o segundo lugar nessa relação, com um volume menor de comércio comparado com a China, mas ainda assim relevante para a economia brasileira.

Diante desse cenário, os especialistas concordam que o Brasil deve buscar tirar proveito da disputa entre China e EUA para obter benefícios para o país, sem se indispor com nenhuma das potências. A história mostra que o equilíbrio e a habilidade em negociar com ambas as partes podem trazer vantagens significativas para a economia e as relações internacionais do Brasil.

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