
Recentemente veio à tona a origem de um projeto denominado Escola do Amor, idealizado pelo casal Renato e Cristiane Cardoso, apresentadores do programa homônimo. Segundo informações fornecidas pelo site oficial, o intuito desse projeto é promover a educação amorosa entre jovens, auxiliando-os na compreensão e convivência com as questões típicas da idade. Para isso, são ministradas palestras de 45 minutos, seguidas da distribuição de um livro escrito pelos próprios apresentadores do programa semanal.
No entanto, ao analisar mais a fundo essa iniciativa, percebe-se que ela levanta diversas questões problemáticas. O primeiro ponto que merece destaque é a falta de repercussão negativa em torno do projeto. Mesmo tendo sido noticiado há seis anos, somente recentemente tomou-se conhecimento do mesmo através de um post de uma professora da UFRJ. Isso contrasta com a enorme repercussão de fake news que já circularam, como o polêmico “kit gay” e outras mentiras propagadas.
A ausência de movimentos de repúdio à Escola do Amor por parte de grupos defensores de direitos das crianças chama atenção, levantando questionamentos sobre os interesses por trás disso. Esse projeto, claramente enviesado, poderia ser considerado mais uma forma de influência religiosa no ambiente escolar, algo que deveria ser evitado para manter a laicidade da educação.
O fato de a Record TV, emissora que promove o programa dos Cardoso, pertencer ao bispo Edir Macedo, conhecido por sua ligação com a igreja evangélica, levanta ainda mais questionamentos. A tentativa de apresentar esse projeto como laico é no mínimo duvidosa, uma vez que claramente carrega uma agenda evangelizadora.
Diante disso, é fundamental refletir sobre os limites entre liberdade religiosa e respeito à neutralidade do Estado em questões educacionais. Projetos como a Escola do Amor colocam em xeque esses princípios, exigindo uma análise crítica e ação por parte da sociedade.