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Sem o corte de agosto, Haddad revela preocupação sobre o futuro e afirma que não sabe qual seria a solução.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu uma entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, em que expressou suas preocupações em relação ao corte de 0,50 ponto porcentual na Selic realizado em agosto. Segundo Haddad, se esse corte não tivesse ocorrido, o governo não saberia qual seria o seu próximo passo. O ministro mencionou as reformas propostas pelo governo e alertou para a situação fiscal do país.

Haddad também destacou a demora no corte de juros, que surpreendeu e causou angústia no governo. Ele ressaltou que já havia razões para a redução da Selic e que não era possível se iludir com o bom resultado do PIB no primeiro trimestre, impulsionado pelo agronegócio. O período entre abril, maio e julho foi considerado o momento de maior tensão com o Banco Central, segundo o ministro.

Além disso, Haddad elogiou o trabalho da equipe do Ministério do Planejamento, que está analisando a eficiência das políticas públicas. Ele citou o secretário de monitoramento e avaliação de políticas públicas, Sergio Firpo, que está realizando uma avaliação minuciosa nos grandes programas, como o Bolsa Família e a Previdência. Haddad ressaltou a necessidade de organizar os cadastros, combater fraudes e desperdícios.

O ministro também criticou os economistas clássicos, que analisam apenas as planilhas de custos, sem considerar a equação política. Ele ressaltou a estranheza do sistema político atual, comparando-o a um parlamentarismo sem primeiro-ministro. Haddad observou que, sem um primeiro-ministro para responsabilizar, o ônus político recai sobre o Executivo.

Outro ponto abordado por Haddad foi o alto volume de recursos destinados às emendas parlamentares no Orçamento. Ele questionou a solução para esse problema, destacando que são R$ 40 bilhões em emendas, representando 0,4% do PIB. Essa questão levanta a seguinte pergunta: em que lugar do mundo existe um cenário semelhante?

Diante dessas declarações do ministro da Fazenda, fica evidente a preocupação do governo com a situação econômica do país e a necessidade de medidas eficazes para enfrentar os desafios fiscais. Além disso, Haddad ressaltou a importância de analisar não apenas os números, mas também a realidade política do país. O debate sobre as emendas parlamentares também se faz necessário, buscando soluções para evitar desperdícios e garantir o melhor uso dos recursos públicos.

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