Ministério do Trabalho corrige estimativa de jovens “nem-nem” e destaca desafios das mulheres no mercado de trabalho

A análise inicial indicava um aumento nesse indicador, que agora foi retificado. A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério, Paula Montagner, ressaltou que as mulheres jovens enfrentam mais obstáculos, tendo em vista o trabalho doméstico e a responsabilidade familiar, o que pode atrasar sua entrada no mercado de trabalho.
Para lidar com a questão da evasão escolar, o governo federal lançou o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivos financeiros para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem o ensino médio. O programa prevê o pagamento de até R$ 9,2 mil ao longo de três anos, além de um adicional para participantes do Enem.
Além disso, a pesquisa revelou que 45% dos jovens ocupados estão na informalidade, o que corresponde a 6,3 milhões de indivíduos. Segundo Montagner, essa taxa é superior à média nacional de 40%. Ela explicou que a informalidade está ligada ao fato de que muitos jovens trabalham em micro e pequenas empresas, sem formalização do contrato.
Outro ponto destacado no levantamento foi o aumento no número de aprendizes e estagiários no país. Entre 2022 e 2024, houve um acréscimo de 100 mil aprendizes, totalizando 602 mil em abril deste ano. Já o número de estagiários cresceu 37%, chegando a 877 mil em 2024.
Rodrigo Dib, da superintendência institucional do CIEE, ressaltou que a empregabilidade jovem é um desafio urgente para o Brasil. Segundo ele, é necessário incluir essa faixa etária no mercado de trabalho de forma segura e pensando no desenvolvimento a longo prazo.
Montagner enfatizou a importância de elevar a escolaridade dos jovens e oferecer oportunidades de estágio e aprendizado conectados ao ensino técnico e profissionalizante. Ela destacou que é fundamental que os jovens ampliem sua formação para desenvolver uma carreira sólida e encontrar áreas de conhecimento de seu interesse.