
Após um dia com derrotas do governo no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), solicitou mais organização por parte dos líderes de sua gestão no Legislativo. De acordo com o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner, o presidente está “absolutamente tranquilo”, porém deseja mudanças na atuação parlamentar.
Segundo Wagner, em declaração nesta quarta-feira (29), “Ele tem 78 anos, já viveu diversas situações, então isso não o assusta. Precisamos aprimorar nossa organização no processo entre governo e Legislativo. Será necessário estabelecer um diálogo mais próximo”, afirmou o senador.
O governo atualmente não considera substituir os líderes no Congresso, que incluem o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e o deputado José Guimarães (PT-CE). Randolfe, em particular, é responsável pela articulação relacionada a vetos.
A proposta é aprimorar o diálogo e controle sobre as pautas em votação, além de identificar quem já foi consultado e quais ministérios estão envolvidos nos temas. Contudo, os detalhes sobre as mudanças na articulação não foram especificados.
Wagner ressalta que o governo compreende que sua base de apoio no Congresso varia de acordo com o tema. Nas questões relacionadas a “costumes”, como a lei do fim das saidinhas e fake news, o PT reconhece que o apoio é menor.
O senador destaca que, apesar dos vetos derrubados, os pontos considerados mais relevantes para o governo, por serem estruturantes para a economia brasileira, foram mantidos. Um exemplo disso foi a manutenção do veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), especialmente em relação ao calendário de emendas.
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Na sessão do Congresso de terça-feira (28), os vetos do presidente Lula à lei do fim das saidinhas e a partes da LDO relacionadas ao aborto e mudança de sexo foram anulados. Os parlamentares também preservaram os vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro para que as fake news não sejam consideradas crime.