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Justiça condena ex-policial e advogada por obstrução no caso Marielle Franco: falsas informações atrasaram investigações por oito meses.

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu uma sentença condenatória contra o ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira por obstrução de Justiça no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. De acordo com informações da Polícia Federal, as falsas informações fornecidas por Ferreirinha retardaram as investigações em quase oito meses.

Os réus foram condenados a quatro anos e meio de prisão em regime fechado. Um relatório da PF concluiu que Ferreirinha mentiu ao acusar o miliciano Orlando Curicica e o então vereador Marcello Siciliano de terem planejado o homicídio. A advogada Camila Nogueira foi considerada culpada por articular para que Ferreirinha prestasse as acusações, mesmo ciente de sua falsidade.

Segundo a PF, Ferreirinha, que já havia trabalhado como segurança de Curicica, sentiu medo de represálias após se desligar da milícia liderada por seu ex-chefe. Em depoimento à polícia, o ex-policial admitiu ter mentido durante as investigações, enquanto a advogada confessou ter participado do plano de obstrução.

Apesar das negativas dos réus durante o processo judicial, o juiz considerou que as provas apresentadas eram suficientes para condená-los. O caso está sob sigilo na Justiça, e as defesas de Ferreirinha e da advogada não foram localizadas para comentar sobre a sentença.

O assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ocorreu em março de 2018, quando criminosos atiraram 13 vezes no veículo em que estavam. Desde 2023, a investigação está a cargo da Polícia Federal, que prendeu recentemente o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, por suspeita de envolvimento no crime.

Chiquinho e Domingos são apontados como mandantes do assassinato, tendo em vista que a atuação política de Marielle representava um obstáculo para seus negócios ilegais. Rivaldo Barbosa teria atuado para encobrir a autoria do crime. Todos os envolvidos estão detidos e respondem por homicídio e organização criminosa, aguardando julgamento no STF devido ao foro privilegiado de Chiquinho Brazão.

Além disso, outros suspeitos presos estão ligados às milícias, como Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, apontados como autor e condutor do veículo utilizado no crime, respectivamente. O ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel, também foi preso por suposto envolvimento no caso.
Finalmente, Edilson Barbosa dos Santos, proprietário do ferro-velho onde o veículo foi desmanchado, está sob custódia policial, acusado de interferir nas investigações. As prisões e desdobramentos do caso continuam a ser acompanhados de perto pela mídia e pela população.

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