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Dívida Pública Federal ultrapassa R$ 6,7 trilhões em abril, com alta de 0,99%, apesar de grande volume de vencimentos.

A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu um novo recorde em abril, ultrapassando a marca de R$ 6,7 trilhões. Os dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (29) revelaram que a DPF subiu de R$ 6,638 trilhões em março para R$ 6,704 trilhões no mês passado, representando um aumento de 0,99%.

Mesmo com a alta registrada em abril, a DPF ainda está abaixo do estimado pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) apresentado no final de março. De acordo com o plano, o estoque da DPF deve encerrar o ano de 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões, deixando margem para um crescimento maior nos próximos meses.

O Tesouro emitiu R$ 10,18 bilhões em títulos a mais do que resgatou no mês passado, principalmente em papéis corrigidos pela taxa Selic. Além disso, a apropriação de R$ 51,62 bilhões em juros também contribuiu para o aumento da dívida. Com a taxa Selic em 10,5% ao ano, a apropriação de juros tem pressionado o endividamento do governo.

No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) também subiu, impulsionada pelo aumento do dólar. A DPFe passou de R$ 276,73 bilhões em março para R$ 280,51 bilhões em abril, resultado do avanço de 3,51% da moeda norte-americana no período.

A composição da DPF foi impactada pelo alto volume de vencimentos de títulos prefixados em abril, com resgates de R$ 123,43 bilhões. O colchão da dívida pública, utilizado em momentos de turbulência, manteve-se em R$ 885 bilhões, suficiente para cobrir 8,35 meses de vencimentos.

A participação dos não residentes na dívida pública caiu de 10,2% em março para 9,8% em abril, influenciada pelas turbulências no mercado financeiro global. Enquanto isso, as instituições financeiras seguem como os maiores detentores da DPF interna, demonstrando confiança na capacidade do governo de honrar seus compromissos.

Em resumo, as estatísticas revelam um cenário desafiador para a gestão da dívida pública no Brasil, com o governo buscando equilibrar a necessidade de financiamento com a pressão causada pelos juros e vencimentos de títulos. A perspectiva de crescimento da dívida nos próximos meses exige uma atuação estratégica por parte das autoridades financeiras para garantir a estabilidade econômica do país.

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