Temporal no RS prejudica coleta de dados para apuração da inflação no Brasil, impactando resultado do IPCA-15 em maio.

A grave situação de calamidade pública provocada pelos temporais que assolaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas teve reflexos além dos alagamentos e da destruição causada pelas chuvas. A coleta de dados para apuração da inflação no país também foi prejudicada, como informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial.

De acordo com o IBGE, a região metropolitana de Porto Alegre, uma das áreas mais afetadas pelos temporais, teve a coleta de preços intensificada de forma remota, por telefone ou internet, devido à situação de calamidade pública. Mesmo com essas medidas, cerca de 30% da coleta de dados foi realizada de forma remota em maio, em vez do formato presencial. O instituto ressaltou que, apesar dos esforços, alguns subitens, como hortaliças e verduras, não puderam ter os preços coletados remotamente.

Para contornar a ausência de dados, o IBGE utilizou o procedimento de imputação de preços, previsto na publicação Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. Esse método consiste em observar o comportamento de valores de produtos similares para calcular as variações de preços. Apesar dos desafios enfrentados na coleta de informações, o IBGE garantiu que os dados divulgados não serão revisados posteriormente, em conformidade com a Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do instituto.

Essa medida visa manter a segurança jurídica dos contratos, evitando possíveis revisões de preços no futuro por parte de entidades interessadas. Dessa forma, os índices de preços como o INPC, IPCA, IPCA-15 e IPCA-E não sofrerão alterações, mesmo diante das dificuldades encontradas na coleta de dados devido aos impactos dos temporais no Rio Grande do Sul.