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Delação de ex-policial revela conexão entre grilagem de territórios e assassinato de Marielle Franco no Rio de Janeiro




Revelações da delação de Ronnie Lessa apontam para grilagem no caso Marielle Franco

A divulgação do conteúdo da delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa reforçou o peso da grilagem de territórios no Rio de Janeiro como motivador do assassinato de Marielle Franco (PSOL). Um vídeo do depoimento de Lessa foi apresentado neste domingo (26) pelo Fantástico, da TV Globo.

Segundo Lessa, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão ofereceram como pagamento pelo crime uma espécie de sociedade em loteamentos clandestinos a serem erguidos na região de Jacarepaguá —algo que poderia render até US$ 20 milhões, pela versão do ex-PM, e a criação de uma nova milícia.

Segundo a acusação da PF, que aponta indícios de grilagem em negócios de Domingos Brazão, os irmãos viam Marielle como “pedra no caminho” para os interesses imobiliários da família. Empreendimentos em ocupações irregulares têm se tornado braço importante das milícias, e Lessa detalhou na delação como os grupos regularizam essas ocupações.

Chiquinho e Domingos Brazão negam envolvimento no assassinato de Marielle e dizem não haver elementos que sustentem o que Ronnie Lessa disse na delação.

O episódio desta terça-feira (28) do Café da Manhã debate a estratégia dos negócios imobiliários das milícias no Rio de Janeiro. Daniel Hirata, coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Universidade Federal Fluminense), explica a atuação desse braço do crime organizado na ocupação do solo e analisa como a infiltração da milícia no Estado favorece esses negócios.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.


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