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“Piranhão”: A origem do apelido do prédio da Prefeitura do Rio e sua relação com a Vila Mimosa revelada – Curiosidades Cariocas






Explorando a História do “Piranhão” e da Vila Mimosa no Rio de Janeiro

Explorando a História do “Piranhão” e da Vila Mimosa no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a criatividade dos cariocas se reflete até mesmo nos apelidos das construções civis. É só abrir o dicionário popular da cidade para se deparar com uma verdadeira galeria de nomes curiosos: tem o Balança Mais Não Cai, o Minhoção, o Viaduto dos Cabritos, a Praça dos Cavalinhos, o Brizolão… e a lista só aumenta! Há também o “Piranhão”. Já ouviu falar? Afinal de contas, é como o Centro Administrativo São Sebastião, a sede da Prefeitura do Rio é conhecido entre os cariocas. O apelido é carregado de significado e revela uma intrigante relação com a famosa Vila Mimosa.

O prédio espelhado, erguido na década de 80, na Cidade Nova, tem raízes profundas na história da região. Antes das grandes obras de revitalização na área, a região era habitada pelas “Damas da Noite”, nome dado às prostitutas do Rio na época. Todo o território, conhecido como Zona do Mangue, era predominantemente delas.

A Intrigante História do “Piranhão”

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Foto de 1973. Antes de se chamar Vila Mimosa, o primeiro local de prostituição da região foi a Zona do Mangue, na Cidade Nova – Foto: Eurico Dantas

Até tapumes foram instalados para ocultar as meninas da Rainha Elizabeth II durante sua visita ao Rio em 1968. Durante o trajeto ao Maracanã, onde entregaria um troféu ao Rei Pelé, a comitiva real passaria pela Av. Presidente Vargas, que incluía a extensa área de prostituição. Para evitar que a majestade britânica se deparasse com o prostíbulo, o governo ergueu tapumes entre o local e a Presidente Vargas.

Com 54 casinhas e 13 barracas em um terreno de 5.900 metros quadrados, o antigo reduto estava localizado exatamente onde hoje se encontram os edifícios do Centro Administrativo e o prédio da Teleporto. Inclusive, o complexo da Prefeitura, além de ser conhecido como “Piranhão”, também tem seu companheiro, o “Cafetão”, referente ao segundo prédio construído.

A História da Vila Mimosa

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Atual localização da Vila Mimosa

A história da Vila Mimosa, atualmente localizada na Praça da Bandeira, remonta a janeiro de 1996, quando o então prefeito Cesar Maia decidiu realocar as profissionais do sexo que ali viviam. Inicialmente, estava prevista a transferência das 1.800 prostitutas para um galpão em Gramacho, em Duque de Caxias. No entanto, problemas burocráticos e embargos resultaram na mudança para um velho galpão de frigorífico abandonado na Rua Sotero dos Reis, na Praça da Bandeira, onde permanecem até hoje.

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Vila Mimosa atualmente – Foto: Reprodução/TV Globo

Atualmente, a Vila Mimosa abriga cerca de 70 casas, cada uma com no mínimo 10 quartos, e funciona praticamente 24 horas por dia. A presença de travestis e garotos de programa é proibida, preservando a tradição de aceitar apenas mulheres cisgênero. Apesar de ser considerada um negócio ilícito pela legislação brasileira, a Vila é um importante centro econômico e de entretenimento para muitos.

No entanto, o futuro da Vila Mimosa é incerto devido ao projeto do trem-bala que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo. Moradores, pequenos empresários, garotas de programa e comerciantes seriam desalojados com a construção da ferrovia, levando à elaboração do projeto da “Cidade das Meninas”, que visa oferecer novas oportunidades às trabalhadoras do sexo. Concebido pelo arquiteto Guilherme Rodrigues Ripardo, busca preservar a história e a cultura da Vila Mimosa, ao mesmo tempo em que proporciona melhores condições de vida para suas residentes.


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