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Militares são afastados por divulgar alerta falso de risco de inundação em Canoas: Fake news agravam situação das enchentes

O Exército Brasileiro tomou uma decisão drástica neste domingo (26) ao afastar imediatamente os militares responsáveis por divulgar um alerta sem autorização do comando. A mensagem, disseminada em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, alegava que um dique havia se rompido e os moradores do bairro Mathias Velho precisavam evacuar devido ao risco de inundação.

Os militares envolvidos, pertencentes à 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, não tiveram suas identidades reveladas. Segundo o Exército, eles receberam o relato de terceiros sobre o suposto rompimento do dique, mas não verificaram a informação antes de compartilhá-la com a população. Em nota, a Força afirmou que o incidente foi resultado de um grave erro de procedimento.

O comandante informou que medidas administrativas estão sendo adotadas para investigar rigorosamente o caso. Enquanto isso, os militares responsáveis foram afastados de suas atividades. O Exército expressou solidariedade aos moradores que foram erroneamente informados e se desculpou pelo transtorno causado.

Esta situação ocorre em meio a uma calamidade socioambiental no estado do Rio Grande do Sul, ocasionada pelas chuvas torrenciais que assolam a região desde o final de abril. De acordo com dados da Defesa Civil, mais de 2,34 milhões de gaúchos foram afetados pelas enchentes e deslizamentos de terra, com um total de 169 mortes. A cidade de Canoas registrou 27 óbitos e decretou estado de calamidade pública no início de maio.

Além do impacto devastador das chuvas, as fake news têm se espalhado rapidamente, dificultando as operações de resgate e ajuda às vítimas. Muitas dessas notícias falsas buscam desacreditar as ações dos governos federal e estadual, promovendo teorias conspiratórias com viés político.

Entretanto, pesquisadores identificaram uma série de anúncios e conteúdos fraudulentos nas redes sociais, amplamente disseminados por influenciadores, sites e políticos de extrema direita. Essas informações inverídicas prejudicam o trabalho das autoridades e geram desordem em meio à crise climática que assola o Rio Grande do Sul.

Diante deste cenário, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou acordos com diversas plataformas de redes sociais para combater a disseminação de desinformação sobre as ações do governo federal envolvendo as enchentes. As empresas se comprometeram a remover conteúdos desinformativos e tomar medidas contra a propagação de fake news sobre a tragédia climática no estado.

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