Governador de SP sanciona lei para implementar 50 a 100 escolas cívico-militares até 2025, com salários para monitores e policiais aposentados em destaque.

De acordo com informações do Palácio dos Bandeirantes, o orçamento anual da educação no estado reservará cerca de R$ 7,2 milhões para o pagamento dos monitores militares nas escolas cívico-militares. Os militares poderão receber rendimentos acima de R$ 6 mil para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, e até mais de R$ 9 mil para coordenadores ou oficiais. Esses valores são superiores aos salários dos professores da rede pública estadual.
O governador ressaltou a importância das escolas cívico-militares para proporcionar um ambiente mais seguro, promover o civismo e melhorar a qualidade de ensino. Segundo o governo, a Secretaria da Educação será responsável pelo currículo pedagógico, formação dos professores e estrutura física das escolas, enquanto a Secretaria da Segurança Pública indicará policiais militares da reserva como monitores.
A implementação do programa será gradual, com consulta pública às comunidades escolares ao longo deste ano. A escolha das escolas participantes será baseada em critérios como vulnerabilidade social e desempenho acadêmico. No entanto, especialistas como a professora da UnB, Catarina de Almeida Santos, criticam essa forma de seleção, argumentando que as escolas em áreas vulneráveis podem ter mais problemas com a presença de policiais militares.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo também se manifestou contrário ao programa, alegando preocupação com a militarização das escolas e o pagamento de salários superiores aos dos professores para militares aposentados. A controvérsia em torno do Programa Escola Cívico-Militar continua gerando debate entre especialistas, sindicatos e autoridades educacionais em São Paulo.