
Matopiba no foco
O estado que mais desmatou no ano passado foi o Maranhão — que pela primeira fez aparece no topo da lista. Foram 331,2 mil hectares suprimidos em 2023, aumento de 95,1%.
Em seguida aparecem dois estados que também tiveram muito cerrado destruído: Bahia (290,6 mil) e Tocantins (230,2 mil).
Não é coincidência que os três estados fazem parte da região considerada o novo vetor de desmatamento no país, o Matopiba — que corresponde à área do cerrado dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Com 73 milhões de hectares, o Matopiba responde por aproximadamente 10% da produção de grãos e fibras no país, com destaque para soja, milho e algodão. Houve implantação de grandes empreendimentos do agro na região — que recebem licenças ambientais para desmatar.
Temos que entender que não é porque a reserva legal é menor no cerrado que todo o desmatamento vai ser legal. Na realidade, precisamos sim ter claramente o número da ilegalidade para que as ações de comando e controle possam ser efetivas, assim como as ações de desestimulo a abertura de novas áreas também.
Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia)
O desmatamento é uma questão urgente que precisa ser discutida e combatida. A região do Matopiba, composta pelos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, tem sido apontada como um dos principais focos de destruição ambiental no Brasil. Os dados mais recentes mostram que o Maranhão foi o estado que mais desmatou no ano passado, com um aumento significativo de 95,1% na supressão de áreas verdes.
Não apenas o Maranhão, mas também a Bahia e Tocantins estão entre os estados que mais tiveram áreas de cerrado destruídas. Esse padrão de destruição está diretamente ligado à expansão agropecuária na região, principalmente com o cultivo de soja, milho e algodão. Grandes empreendimentos do agronegócio têm obtido licenças ambientais para desmatar, contribuindo para o avanço do desmatamento ilegal.
A diretora de Ciência do IPAM ressalta a importância de combater a ilegalidade no desmatamento, mesmo em regiões onde a reserva legal é menor. Ações de comando e controle devem ser eficazes para coibir a destruição ambiental e desestimular a abertura de novas áreas. É fundamental que a sociedade e os órgãos competentes ajam de forma conjunta para preservar o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável.