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O resgate da identidade nacional pela moda: Abacaxi e a estética das favelas
No último ano, tem sido evidente como a bandeira brasileira tem se tornado um símbolo divisivo no país. O estilista carioca Jean Martins, mais conhecido como Abacaxi, decidiu tomar uma posição frente a essa questão e resgatar o significado das cores nacionais como um símbolo de identidade.
Em uma entrevista à DW, Abacaxi expressou sua motivação: “Quando Bolsonaro assumiu a presidência, a presença da bandeira brasileira nas vestimentas do povo foi diminuindo. Ele retirou esse símbolo de nós, da periferia, e isso me incomodou”.
Assim, Abacaxi lançou sua marca, a Piña, durante o mandato de Bolsonaro, com o objetivo de ressignificar a bandeira do Brasil e suas cores. Com modelos vestindo camisas, saias e biquínis com as cores nacionais, o estilista busca devolver o orgulho e o sentido de pertencimento à população brasileira.
Recentemente, a moda brasileira tem ganhado espaço internacionalmente, influenciando celebridades como Anitta, Lady Gaga e Hailey Bieber, que têm adotado a tendência conhecida como “brazilcore”. Abacaxi se destaca nesse cenário ao defender que a estética das favelas é uma forma de arte legítima que merece reconhecimento.
O futuro da Piña e da estética das favelas
Aos 24 anos, Abacaxi já conquistou reconhecimento no cenário da moda brasileira, com personalidades como Anitta e Mc Soffia vestindo suas criações. Seus planos para o futuro incluem participar de mais Fashion Weeks e levar a estética das favelas para o mundo, combatendo estereótipos e promovendo a valorização da arte presente nesses locais.
Para Abacaxi, a estética Brasil vai além da moda – é uma expressão de coragem e identidade. O resgate da bandeira nacional como um símbolo de orgulho e pertencimento é apenas o primeiro passo desse jovem estilista que busca transformar a percepção sobre as favelas e suas contribuições para a cultura brasileira.