Prefeitura de São Paulo recusa emendas parlamentares para construção de Caps

A Prefeitura de São Paulo tomou a decisão de recusar emendas das deputadas Tabata Amaral (PSB) e Erika Hilton (PSOL) para a construção de quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em projetos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento Seleções (PAC Seleções). As parlamentares, aliadas de Guilherme Boulos (PSOL), são pré-candidatas à Prefeitura e adversárias do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição.

O valor total das emendas das duas deputadas chega a R$ 10 milhões. A Prefeitura justificou que optou por priorizar a construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS), alterando a justificativa inicialmente apresentada às parlamentares para recusar os recursos.

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo alegou, inicialmente, que não tinha a titularidade dos terrenos onde as obras seriam realizadas e que o valor destinado pelas parlamentares não era suficiente para custear as construções. No entanto, as áreas para construir os Caps foram definidas pela própria Secretaria de Saúde e o valor das obras é tabelado pelo Ministério da Saúde.

Em resposta, a Secretaria de Saúde afirmou que as emendas não são suficientes nem para dar início às obras e que optou por priorizar as UBS devido à sua importância como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta não detalhou o custo exato das ações, mas ressaltou que as UBS podem variar entre R$ 2 milhões e R$ 6,5 milhões, de acordo com o modelo.

As deputadas, Tabata Amaral e Erika Hilton, se manifestaram criticando a recusa da Prefeitura em receber os recursos para as periferias de São Paulo, caracterizando a atitude como mesquinha e antirrepublicana. Erika Hilton ainda realocou sua emenda para o Rio Grande do Sul, afetado por chuvas e enchentes.

Diante desse cenário, fica evidente o embate político entre as parlamentares e o prefeito Ricardo Nunes, que recusou milhões de reais em emendas por motivos ideológicos, segundo Hilton. A população aguarda agora os desdobramentos dessa decisão da Prefeitura de São Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo