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No último sábado, durante um evento em Guarulhos, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas ao atual ocupante do cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, por sua postura em relação ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O petista pediu solidariedade às mulheres e crianças que estão sofrendo na Palestina devido às ações irresponsáveis do governo israelense. Lula afirmou que “a gente não pode se calar diante das aberrações” e destacou a importância da solidariedade em momentos como este.
A declaração de Lula veio no mesmo dia em que Israel bombardeou a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mesmo após uma determinação da Corte de Haia para cessar os ataques na região. Além disso, no dia anterior, o Exército israelense encontrou o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, que foi assassinado pelo Hamas no sul do país e teve seu corpo levado para a Faixa de Gaza. O brasileiro, natural de Niterói (RJ), deixou duas filhas e seis netos.
Por sua vez, Bolsonaro acusou Lula de ser “amigo” do grupo terrorista Hamas e questionou o empenho do ex-presidente em libertar o brasileiro capturado. Nas redes sociais, Bolsonaro escreveu: “O Hamas executou o refém brasileiro e Lula, mais uma vez, não foi ouvido pelos seus amigos terroristas”. Lula, por sua vez, lamentou a morte de Nisenbaum e mostrou solidariedade à família do brasileiro.
A crise diplomática entre Brasil e Israel se agravou após Bolsonaro comparar as ações do governo israelense na Faixa de Gaza ao genocídio perpetrado por Adolf Hitler. Essa postura de Lula tem sido criticada pela oposição e por parte da comunidade judaica, que alega condescendência com o Hamas e falta de veemência nas críticas do presidente à organização terrorista.
Por fim, nas redes sociais, Bolsonaro comparou o caso de Nisenbaum com o sequestro da senadora colombiana Ingrid Betancourt pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2002, relacionando a organização ao Foro de São Paulo. As Farc foram dissolvidas em 2016 e agora operam como um partido legal na Colômbia, conhecido como Comune e integrante do Foro de São Paulo.