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Investidores brasileiros preferem títulos públicos referenciados ao IPCA, mas será que estão perdendo rentabilidade para o CDI?





Uma análise do estoque de títulos públicos federais divulgados pelo Tesouro Nacional revela a predileção dos investidores pessoas físicas por determinados tipos de investimentos. Observa-se que esse grupo investe menos em títulos prefixados em comparação com o restante do mercado, e parte desse comportamento pode ser atribuída ao receio de que esses títulos não superem o CDI ou o IPCA em termos de rentabilidade.

O receio em relação à inflação é um traço marcante dos brasileiros, que têm em sua memória períodos em que a alta de preços corroía o poder de compra do dinheiro de forma rápida. Esse medo se reflete na preferência dos investidores pessoas físicas, que buscam segurança em títulos referenciados ao IPCA, representando quase metade de todos os títulos públicos em posse dos indivíduos. Vale ressaltar que somente pessoas físicas podem investir na plataforma do Tesouro Direto.

O estoque de títulos prefixados vendidos na plataforma do Tesouro Direto é significativamente menor em comparação com os títulos referenciados ao IPCA e à Selic. Além disso, o Tesouro Nacional também divulga o estoque de títulos vendidos a todos os investidores, onde os títulos referenciados ao IPCA representam cerca de um terço do total, enquanto os prefixados correspondem a um quarto. Assim, a diferença entre os indexadores é menor quando consideramos o estoque de títulos nas mãos de todos os investidores.

Uma análise da rentabilidade dos títulos públicos prefixados nas últimas duas décadas revela que, em um período de 20 anos, o IMAB5 supera o IRFM. No entanto, em momentos de queda de juros, como entre 2016 e 2018, o IRFM pode apresentar um desempenho mais vantajoso.

Contrariando o medo de muitos investidores, o IRFM apresentou rendimento superior ao CDI em várias ocasiões nas últimas duas décadas, chegando a render 125% do CDI. Devido ao cenário atual de juros em queda e perspectiva de inflação mais alta, a inclusão de títulos prefixados na carteira de investimentos pode se mostrar mais lucrativa. Aproveitar CDBs e créditos privados prefixados, que oferecem um prêmio em relação aos títulos públicos, pode ser ainda mais vantajoso nesse contexto.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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