Cobras Fingem Estar Mortas para Enganar Predadores
Um estudo recente revelou um comportamento peculiar em cobras da Ilha de Golem Grad, na Macedônia do Norte. Ao serem atacadas por predadores, essas cobras adotam uma estratégia inusitada: fingem estar mortas. Essa performance, que inclui se contorcer, se sujar com almíscar e fezes, e até mesmo sangrar pela boca, surpreende os cientistas.
De acordo com o estudo publicado no jornal Biology Letters, a atuação convincente das cobras, que chegam a ficar inertes com a boca aberta e a língua para fora, pode ser crucial para sua sobrevivência diante de predadores. A pesquisa, liderada por Vukasin Bjelica, estudante de doutorado na Universidade de Belgrado, investigou o comportamento de cobras da espécie Natrix tessellata durante interações simuladas com predadores.
As cobras que fingem estar mortas, além de se cobrirem de fluidos repugnantes, como almíscar e fezes, conseguem permanecer imóveis por longos períodos, confundindo os predadores. Essa estratégia, segundo o estudo, pode ser considerada um “cenário de alto risco, alta recompensa”, já que as cobras precisam correr o risco de ficar próximas de um predador para enganá-lo com sucesso.
A pesquisa também revelou que as cobras adultas parecem ser mais habilidosas em fingir estar mortas do que as jovens da mesma espécie. As cobras mais experientes tendem a adotar a estratégia por mais tempo, aumentando suas chances de escapar do ataque do predador. Além disso, a presença de outras presas ao redor pode distrair o predador, facilitando a fuga da cobra fingindo estar morta.
Embora os resultados do estudo sejam intrigantes, os pesquisadores ressaltaram a importância de realizar mais pesquisas para verificar se esse comportamento é observado em outras populações de cobras e em diferentes espécies. Apesar das limitações éticas em estudar o comportamento de predadores reais, os cientistas buscam entender melhor as estratégias que os animais desenvolvem para sobreviver no ambiente selvagem.
Em suma, as cobras que fingem estar mortas na Ilha de Golem Grad demonstram uma incrível capacidade de adaptação e engano para escapar de predadores, surpreendendo os pesquisadores e revelando mais um fascinante aspecto do mundo animal.
