Parcerias entre setor público e terceiro setor: uma nova visão

Nem tudo o que é público tem que ser estatal, nem tudo que é estatal é público. Essa é a reflexão trazida no último artigo, que resgatou os fundamentos históricos, institucionais, conceituais e jurídicos das parcerias entre o setor público e o terceiro setor para a execução de políticas públicas.

Estamos falando de entidades sem fins lucrativos, tais como santas casas, organizações sociais, serviços sociais autônomos ou fundações de apoio. Essas parcerias têm se mostrado eficazes em diversas áreas, proporcionando maior eficiência, produtividade e qualidade no serviço prestado.

O modelo burocrático clássico de intervenção do Estado muitas vezes introduz uma rigidez inadequada para a gestão de estruturas hospitalares. A dificuldade de substituir profissionais, o sistema de compras e suprimentos engessado são alguns dos desafios enfrentados. É nesse contexto que as parcerias com o terceiro setor se destacam, trazendo mais flexibilidade e agilidade na gestão.

No Brasil, há diversos exemplos de sucesso nesse modelo de parceria. Em Minas Gerais, o Hospital de Uberlândia, o Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus em Juiz de Fora, e o Hospital Risoleta Neves em Belo Horizonte são alguns casos que demonstram os benefícios dessa abordagem.

É importante ressaltar que, ao adotar esse modelo, não se trata de privatizar a saúde, mas sim de buscar soluções mais eficientes e centradas no atendimento ao cidadão. Menos retórica ideológica e mais análise de resultados concretos são essenciais para avançar nesse debate e compreender os benefícios das parcerias entre o setor público e o terceiro setor.

Em um cenário onde a necessidade de melhorias na gestão pública é constante, as parcerias com o terceiro setor se apresentam como uma alternativa eficaz e inovadora para garantir serviços de qualidade à população.