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Ministro do STF suspende processos judiciais baseados em decisão do CFM sobre assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) teve uma importante decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (24). O ministro determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos baseados na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibia a realização da assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro.

Essa nova decisão de Moraes vem como complemento ao despacho feito na semana passada, quando o ministro já havia suspendido a aplicação da norma do CFM. O procedimento de assistolia é utilizado pela medicina nos casos de abortos permitidos por lei, como é o caso do estupro.

Além de suspender os processos, Moraes também proibiu a abertura de processos disciplinares com base nessa resolução do CFM. A polêmica em torno desse tema começou com uma ação protocolada pelo PSOL. Inicialmente, a Justiça Federal em Porto Alegre havia suspendido a norma, mas o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região posteriormente reverteu essa decisão.

O Conselho Federal de Medicina defendeu a resolução alegando que a assistolia fetal provocava a morte do feto antes da interrupção da gravidez, e por isso decidiu vetar o procedimento. No entanto, Moraes considerou que houve abuso de poder regulamentar do CFM ao criar uma regra não prevista em lei para impedir a assistolia fetal em casos de estupro.

O ministro ressaltou ainda que o procedimento só pode ser realizado com o consentimento da vítima, reforçando a importância do respeito aos direitos da mulher. Na quinta-feira (23), entidades que militam em prol dos direitos femininos se manifestaram em frente ao prédio do CFM em Brasília em um protesto contra essa resolução. A decisão de Moraes, portanto, marca um importante passo na garantia dos direitos das mulheres e na proteção das vítimas de estupro.

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