Especialistas alertam que prolongamento da ofensiva israelense em Gaza pode fortalecer radicalização e terrorismo palestino.

A ofensiva israelense teve início após uma série de atentados terroristas do grupo Hamas, em 7 de outubro. Desde então, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 20,6 mil pessoas foram mortas e 54,5 mil ficaram feridas. A situação humanitária é descrita como catastrófica pelas Nações Unidas, com quase toda a população de 2,8 milhões de habitantes de Gaza deslocada.
Os especialistas apontam que vários fatores podem influenciar o rumo da ofensiva. O cenário interno em Israel é um dos pontos que pesam, com 80% da população israelense apoiando a saída do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Isso pode levar Netanyahu a adotar um discurso pró-guerra para manter-se no poder, segundo avaliação do professor Michel Gherman, do Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém.
Além disso, há o risco de envolvimento de outros grupos armados, como o Hezbollah libanês e os houthis iemenitas, apoiados pelo Irã, no conflito. A crescente tensão regional é uma preocupação, com a possibilidade de uma guerra de proporções ainda maiores.
No campo político, a posição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também pode impactar diretamente a continuidade dos ataques. Biden enfrentará eleições em 2024 e, de acordo com os especialistas, ele estaria interessado em resolver a situação o mais rapidamente possível, evitando se preocupar com uma guerra prolongada no Oriente Médio durante sua campanha eleitoral.
Outro ponto de destaque é a avaliação de que o prolongamento da guerra pode levar a uma radicalização tanto da sociedade palestina como da sociedade israelense. A falta de uma estratégia clara para sair do conflito e uma abordagem puramente militar podem agravar a situação.
Apesar de tudo isso, as negociações para um cessar-fogo não foram totalmente descartadas e ainda há tentativas de mediação e diálogo. No entanto, a perspectiva de uma resolução para o conflito ainda é incerta, com a possibilidade de uma guerra prolongada persistindo.
Nesse contexto, as preocupações sobre o impacto da guerra em Gaza continuam a crescer, com a comunidade internacional exercendo pressão por uma solução diplomática e humanitária para o conflito. A situação permanece delicada e com desfecho indefinido, mantendo a região em um estado de incerteza e instabilidade.